06/05/2021

Comentários diversos

Propriedade intelectual de Maurício de Souza. Se tentar piratear, vai levar coelhada!
 

Na falta de organização, tempo hábil e ambiente, vou simplesmente comentar algumas notícias e curiosidades, cujos links estarão nos próprios parágrafos. São coisas que eu pretendia compartilhar em redes sociais, mas a esterilidade ideológica/religiosa inibiu um plantio que estaria fadado ao fracasso.

 

Esta é a Tina. Maurício de Souza a criou como uma hippie baiana, que na época já estava saindo de moda, para ser coadjuvante do irmão Toneco, mas, na prática, ele quase desapareceu para sempre e só voltou nas fases recentes, enquanto ela se tornou não só a protagonista com seu próprio título, como também a mandachuva da turma. Segue a moda como qualquer jovem comum, gosta de celebridades como qualquer jovem comum, tem suas crises existenciais e de cotovelo como qualquer jovem comum, mas sua relação de liderança para com os outros está longe de ser comum. Por mais que tente ser uma no meio dos outros, cedo ou tarde alguma coisa vai fazê-la levantar o topete e começar a dar ordens, e os outros terão que acatar. A característica básica dela, uma parte da personalidade que jamais mudou nestes cinqüenta e um anos, é sua indomabilidade. A característica física que nunca mudou é que ela é tão linda que comove.

 

Passando agora para assuntos automotivos.

 

Conforme eu já alertei aqui, os carros baratos estão em extinção, e agora foi o chefão da Renault que deu seu diagnóstico. A Europa já se rendeu ao mau gosto e dubiedade dos SUVs. Embora as motocicletas, que não oferecem segurança nenhuma, e ainda sejam fabricadas sem restrições, os pés-de-boi familiares estão com os dias contados justo por causa da imensa parafernália electrônica e dos reforços estruturais que são obrigados a carregar, embora esses reforços não signifiquem DE JEITO NENHUM que sejam mais duráveis e confiáveis do que seus antecessores, basta ver a quantidade de Gols quadrados que ainda rodam e comparar com a decadência estrutural da maioria dos concorrentes modernos do Gol de hoje. A versatilidade ímpar e praticidade dos hatches pequenos e médios está com os dias contados, a não ser que vários pequenos fabricantes se unam para compartilhar componentes a fim de reduzir custos, e montem manufaturas pra modelos de baixa demanda em nichos de mercado; ainda assim eles teriam que rebolar para manter seus modelos no mercado.

 

E o absurdo não pára por aí. Uma pequena montadora vietnamita que prometia muito, começou a pisar na jaca querendo prender um comprador que fez críticas constructivas ao carro que ele comprou, em seu canal de vídeo. O rapaz deixou claro que gosta do carro, apenas apontou detalhes que o desagradaram e foi acusado de manchar a imagem da empresa e prejudicar suas vendas. Sabem aquela máxima de que o cliente sempre tem razão, embora nem sempre tenha? Parece que alguém por lá tem saudades da ditadura em que vivia, quando a opinião emitida podia ser motivo para fuzilamento. E o idiota quer entrar nos Estados Unidos, onde uma opinião de cliente pode até definir o CEO de uma indústria… e quer fazer o mesmo por lá… criminalizar opiniões em vez de usá-las para melhorar seus productos… que nem foram totalmente desenvolvidos por ele, seus carros usam todo o monobloco dos BMW série 5. O que ele pretende fazer em caso de recall? Processar quem requisitar os reparos? Prefiro pagar muito mais caro pelo Série 5 original made in Germany, pelo menos os alemães sabem quem tem razão nessa relação.

 

Uma notícia mais amena é que os fabricantes de caminhões instalados no Brasil que ouvem seus clientes em vez de mandar prender em caso de críticas, confirmaram investimentos significativos para ampliação e melhoria de seus portfólios, que já são bastante ecléticos e bem-conceituados. Só a Ford e a GM estão de fora, uma por burrice e a outra por… bem… burrice também, porque o mercado só cresce. A diferença é que a GMB cometeu o erro muitos anos antes e foi por falha da gestão anterior, não por covardia. Enfim, esse aporte é uma daquelas notícias que só aparecem em mídias generalistas de vez em quando, de modo superficial e com algum atraso, principalmente porque é um alívio em um momento de crise global. Apesar do avanço das ferrovias, a demanda por caminhões cresce. Em tempo, gosto da GM, mas por isso mesmo preciso fazer críticas quando se fizerem necessárias… poderia ao menos ter falado com a Agrale para assumir a produção, durante a baixa de demanda.

 

E a demanda por caminhões plug-in também. A aceitação tem sido maior do que a esperada e as promessas sérias de lançamentos já pipocam. O caso aqui é de entregas urbanas e intermunicipais, ramo e que a fumaça e o barulho são mais críticos. A união de alta capacidade de transporte com emissão quase zero, já que a poluição é apenas potencial e fica lacrada nas baterias, vai permitir entregas em horários e lugares que hoje são proibidos justamente para evitar incômodos para o cidadão exausto pelo dia de trabalho. Apesar do custo inicial maior, afinal são baterias grandes para motores potentes que imprimirão pouca velocidade, os custos de manutenção são ridiculamente baixos, e a máquina é muito apta ao trabalho pesado prolongado. E posto que Itaipu está perto de pagar a dívida de sua construção, as tarifas de energia serão mais atraentes quando os pequenos brutos começarem a ser comuns, melhorando a rentabilidade dos negócios; estão precisando mesmo disso.

 

Com tanta demanda, tantos investimentos e tantos caminhões novos, não é de admirar que o fenômeno americano esteja se repetindo por aqui; faltam motoristas. A demanda por caminhoneiros está crescendo mais do que a formação e oferta de mão de obra, isso em breve vai tornar qualquer motorista de Accelo em um bom partido para casamento. Apesar da já citada redenção das ferrovias, os trens não têm a capilaridade de um caminhão e não teriam mesmo que houvesse rios de riquezas para investir em novas linhas; a bem da verdade é capaz até de esse incremento de demanda por caminhões tornar mais ramais viáveis para entregas de curta e média distâncias, então meus amigos, esqueçam aquele protesto rançoso dos anos 1990 de caminhoneiros ameaçando parar o país se as ferrovias fossem revigoradas, porque isso está acontecendo e os temores estão indo pela culatra.

 

Aliás, a coisa está andando de tal forma que os lançamentos de caminhões estão mais interessantes do que os de carros de passeios, que viraram um mar idiota de futilitários esportivos de fim de semana. Mesmo os de cabine avançara têm mais personalidade e fazem mais falta ao saírem de linha, mesmo as comemorações por longevidade de uma linha são mais autênticas e festivas. Quem diria que esses monstros de vinte toneladas, capazes de arrastar cem outras, seriam mais confortáveis, avançados, bem desenhados e coloridos do que os carros de passeio? Ririam da minha cara, há trinta anos, se eu dissesse isso. Já gosto mais dos lançamentos da Marcopolo do que os da Chevrolet.

 

Isso vale mesmo para os utilitários leves e feitos para o trabalho mais bruto como as picapes de cabine simples. Praticamente esquecidas pelo modismo ridículo que vigora, as versões para trabalho pesado ainda existem e, pela pouca concorrência, encontram caminho praticamente livre para suas vendas. Muita gente ainda se lembra com saudades da longa e versátil Chevrolet C-15, com sua enorme caçamba e destemor por ambientes rudes, mas poucos sabem que caminhonetas pés-de-boi ainda existem, muito porque o departamento de marketing as têm desprezado nos últimos anos.

 

Alçando vôos com circunflexo que é o certo mais altos, vamos falar um pouco de aviação.

 

A exemplo do porto de Los Angeles, que fornece tomadas de energia para que os navios não precisem consumir combustível quando estiverem atracados, os aeroporto de Brasília decidiu fazer o mesmo para os aviões à espera de passageiros e/ou carga em seus terminais. O combustível é de longe o maior gargalo de custos da aviação comercial, então Brasília vai chamar mais atenções e terá mais preferência das companhias aéreas. Fora isso, o nível de ruído menor tornará a espera dos passageiros muito mais aprazível, o trabalho do pessoal de apoio na pista ficará tanto quanto mais e ainda mais salubre, com a redução da poluição local, até mesmo a temperatura ambiente ficará mais baixa. Resta esperar que o aeroporto fique tão solicitado, que os outros precisem adoptar medidas semelhantes, será bom para todo mundo.

 

Inclusive os resultantes da iniciativa da Infraero para incrementar os regionais. Se isso for para frente, e eu acredito que irá, as pequenas companhias regionais com seus turboélices, vão prosperar muito, pois são justo a falta de infraestrutura e a escassez de boas pistas homologadas que mais estrangulam a parte técnica das operações. Mesmo para quem não voa, não pretende ou tem medo de avião, a notícia é bem-vinda. Não foi uma e nem só duas vezes em que fiquei horas intermináveis dentro de um ônibus de uma linha monopolizada, às vezes em velocidades baixíssimas, tendo que viajar mal em uma poltrona estranha por terem vendido a minha para outra pessoa, sendo tratado rom desdém e rispidez pelos funcionários. Muita gente vai migrar para o serviço aéreo e esses picaretas vão lamber sabão com suas concessões politiqueiras monopolistas; ou trabalham direito, ou fecham… não fariam falta.

 

Assim teremos até bizarrices bacanas para transformar em memes, como a do sujeito que se despachou como carga frágil e se deu mal. Ele não contava com a lei de Murphy, foi extraviado e passou dias perdido de aeroporto em aeroporto, até ser resgatado. Francamente, as chances de isso dar certo não eram grandes, ainda mais que o americano médio já não faz mais jus à boa fama de seus antecessores e não entrega o seu melhor no serviço que faz, dá só o suficiente e assim elimina a margem de segurança que daria suporte contra eventuais falhas. O bom é que o pateta sobreviveu e parece que quer virar filme. Mais um…

 

Outra bizarrice é esta também vinda dos Estados Unidos. Não é incomum haver partos durante o vôo, o bizarro é a criatura passar mal e precisar ser atendida sem saber dizer o que está sentindo, porque ela simplesmente não sabia que estava grávida! Aham… só faltou dizer que não sabia como aquele bebê foi parar na barriga… A sorte de ambos é que uma série de sincronicidades fez seu embarque atrasar, o que a colocou à presença de médicos a bordo. Pela carinha lerda que fez durante o flagrante… bem, deixa pra lá… Importa que mãe e bebê estão bem, sendo cuidados no Havaí. Criatividade para tosqueira não falta a eles (https://www.aeroflap.com.br/voo-da-american-com-o-embraer-175-acaba-em-pizza-apos-alternar-devido-a-fortes-chuvas/) inclusive para evitar motins dentro do avião.

 

Para os geeks a boa nova é que o museu Smithsonian está montando uma réplica em tamanho naturam das incônicas X-wing. Assim que estiver pronta para visitação, vocês saberão, porque seguramente será notícia nos meios nerd de comunicação. Uma das críticas de cientistas e técnicos à saga Star Wars é justo contra essas naves, porque têm flaps. Certo, não há ar no espaço e mexer asas por lá não adianta nada, mas se esquecem que elas também operam em atmosferas, então as asas móveis são sim necessárias, para não dependerem só da vetorização do empuxo. Decerto que o desenho foi feito mais para impressionar do que para funcionar, mas a boa distância dos motores para a fuselagem torna o vôo mais fácil de controlar. Vocês poderão tagarelar em caracteres à vontade a respeito, quando a exposição estiver pronta, os mais abonados poderão até mesmo protagonizar tosqueiras divertidas com vestes à caráter, encenando alguma passagem da série, quando estiverem lá.

 

E por falar em “lá”, um dos melhores sites nacionais de aeronáutica está há dias sem uma actuzlização. A Aeroway fez sua última publicação no dia vinte de Abril.

 

Indo para o generalismo.

 

No país dos jogos proibidos, a jogatina estatal prospera! Para evitar criar mais impostos, o que fazem? Estimulam? Facilitam? Combatem oligarquias monopolistas? NÃO! Criam mais uma loteria financiar saúde e turismo… Loteria para financiar turismo… Não sei se vocês se lembram, mas quanto mais o Estado meteu o bedelho na economia, mais caca saía. É como analgésico vagabundo, que no começo dá um alívio, mas logo em seguida deixa a dor voltar mais forte e mantém a causa do problema intacta… ou já se esqueceram da quase planificação econômica do plano cruzado? Este país já é um cassino de baixo custo a céu aberto, é pior do que jogo de azar, porque aqui não é só o apostador que perde, perde a população inteira.


Para o desespero dos lambedores de ditaduras e da própria ditadura maior, as lideranças ocidentais ensaiam uma recuperação sólida. Ao contrário daqueles, que estão dissolvendo soberanias nacionais e exigindo que seus membros sejam tratados como cidadãos de primeira classe, legando os nativos a castas inferiores, estes estão sendo chamados até mesmo por quem, nas cabeças simplistas de retoristas compulsivos, deveriam odiá-los e aderir à causa do big brother da vida real. Por mais defeitos que eles tenham, e em conversa com nativos eles os assumem, permitem as manifestações contrárias e cavoucam eles mesmos suas dívidas. 

 

O que tem a Barbie a ver com a pandemia? A princípio nada, mas esta crise sanitária marcou a história da boneca e sua linha de productos. As vendas de algumas linhas de brinquedos cresceram absurdamente, enquanto quase todos os outros setores amargaram quedas expressivas, quando não fatais. Uma explicação é que se trata de brinquedos pensados para uma época e que as pessoas já moravam em apartamentos, então são apropriados para crianças que não podem ou pouco podem sair de casa. A boa notícia neste caso é que esses fabricantes estão empregando mais, com isso ajudando a atenuar a crise e melhorando as perspectivas para quando vier o alívio.

 

Preparem-se para mais riscos de quedas de energia, e desta vez a culpa não será das concessionárias. A produção de cobre não está acompanhando a demanda e os preços estão disparando, isso torna a fiação eléctrica mais atraente para meliantes. Eles não se importam em interromper uma cirurgia cardíaca no meio dos procedimentos, eles não dão a mínima, se tiverem a chance vão cortar o fornecimento de energia para roubar o cobre da fiação, então recomenda-se mais atenção policial ostensiva para prevenir o pior. É o mesmo problema que acomete as montadoras pela falta de processadores, cujo problema é tão grave que fez o Ônix despencar do primeiro para o sétimo lugar em vendas, não por desinteresse do comprador, mas porque não há essa matéria-prima essencial a carros modernos para concluir a montagem dos veículos. Com o cobre será pior, porque a produção de maquinário será toda comprometida, inclusive os motores dos carros eléctricos… A expectativa, se não houver mudanças na oferta, é que duplique o preço até 2025.

 

Sabem aqueles contractos aparentemente vantajosos, mas que dão exclusividade a alguém sobre os direitos locais de uma marca reconhecida? Fuja deles! Ou no mínimo exija cláusulas que lhe permitam desfazer a parceria, ou vai acabar com os mesmos problemas da Lamborguini que é só o caso mais famoso no momento. O mesmo vale para procurações em que o procurador tenha poderes demais para representação, sua vida pode ser arruinada por um erro ou má-fé. Mesmo que se trate de um amigo íntimo ou parente confiável, ninguém sabe o que vai acontecer daqui a uns anos e ninguém sabe que pressões psicológicas ou mesmo chantagens procurador vai enfrentar. Para o bem de ambos, é preciso haver uma cláusula de ruptura contractual por parte do titular, ou as vidas de ambos podem ser arruinadas por pessoas que não vão se importar com vocês.

 

É notório o risco que as malditas ponteiras laser impõe à aviação, bem como seu uso intensivo pela pesca pirata predatória chinesa em águas exclusivas de outros países. Deveria ser apenas um instrumento de trabalho corporativo e acadêmico, mas virou uma praga. Felizmente essa necessidade está trazendo uma solução relativamente simples já existem óculos que protegem contra esses ataques, é questão de tempo até chegarem ao mercado nacional, e não muito mais para que os motoristas percebam sua utilidade nas estradas, dirigindo contra o sol. Foram desenvolvidos para as forças armadas, mas os óculos CALI têm ganhado a simpatia e elogios rasgados de pilotos civis. São discretos, de longe não parecem ter nada de extraordinário, mas podem evitar tanto uma cegueira quanto uma tragédia, e o visual austero é um convite para customizadores.

 

Concluindo e complementando o que eu já escrevi lá em cima. A falta de personalidade dos carros é tamanha, que já há empresas ganhando com remodelação de veículos contemporâneos deixando-os parecidos com carros antigos. No caso os japoneses transformam seus minúsculos kei cars, que não podem passar de 1,48m de largura por 3,4m de comprimento (o Fiat Mobi tem 1,63m por 3,56m) em filhotes de clássicos ocidentais, como a Kombi corujinha, o Bel Air 1957, entre outros. Como o trabalho é artesanal, demora alguns dias, talvez meses se o pedido for muito extravagante. Entenderam, montadoras? Ou querem que os japoneses desenhem abocanhando mais um naco de mercado ocidental?

2 comentários:

Xracer disse...

Excelente post ! Um misto de informacoes, dicas e curiosidades que nao vi em nenhum outro lugar que acompanho na Internet (e sao muitos !). Continue nos brindando com esses posts uteis e interessantes !

Nanael Soubaim disse...

Grato!