18/05/2021

A imperdoável

 



Desta vez ela passou dos limites! Aquela xexelentazinha!!!!!!!!! Como se atreve???? COMO SE ATREVEEEEEEE?!?!?!?!?!?!?!?!?! SUBVERSIVA! TRAIDORA DAS CONQUISTAS SOCIAIS AO NÍVEL DE LIBERTAÇÃO DAS PESSOAS DE VAGINA!!!!!!!!!!!!!!!! Não bastou ter se casado! Não! Não bastou ter se aliado a essa tradição judaico-cristã misógina, homofóbica, genocida, opressora, perpetuadora de privilégios milenares dos povos ribeirinhos patriarcais! Ainda casou-se com uma pessoa de pênis! UMA PESSOA DE PÊNIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mas não é esse o pior da história! Não! Ela se atreveu a adoptar o sobrenome dele… Uma pessoa de vagina jovem casou-se com uma pessoa de pênis e aceitou usar o sobrenome dele!!!!!!!!!! Uma acinte contra as conquistas revolucionárias das pessoas de vagina ao nível histórico enquanto enfrentamento da sociedade patriarcal neandertal!!!!! Agora a pessoa de pênis vai dar opiniões na vida dessa jovem de vagina!!!!! NINGUÉM PODE DAR OPINIÕES NA VIDA DE UMA PESSOA DE VAGINA!!!!!!!!!!! Nossos corpos, nossas regras!!!!!!!!! E nossas regras proíbem essa atitude de submissão à cultura milenar segregatória às vontades absolutistas fascistas das pessoas de pênis!!!!! Só falta ela chamar essa pessoa de pênis de… de… de marido!!!!!!!!!!!!!! Isso destruiria todas as nossas conquistas e anularia todas as nossas lutas para derrubar esse sistema patriarcal estuprador injusto e perpetuador de privilégios burgueses!!!!!!!! Isso fará com que percamos todos os nossos direitos e sejamos novamente presas em jaulas conjugais! Mas eu sei o porquê! Eu (esta aqui) que leio pensamentos, vejo através do tempo e conheço a vida dela melhor do que ela, sei por que motivos essa pessoa de vagia teria traído nossa causa libertária! A literatura progressista explica em detalhes o plano maligno e perverso de predestinação que toda pessoa de pênis nasce sabendo e por isso é previamente culpada por todas as mazelas da sociedade corrupta e injusta em que vivemos!

 

Isso é uma tradição criada visando não a felicidade da pessoa de vagina, mas para colocá-la em seu lugar na sociedade patriarcal neandertal, mostrando que não passa de um objecto que naquele momento, está sendo passada de um dono para outro, de uma opressão para outra, de uma castração para outra, de uma escravidão para outra, de uma microssociedade opressora para outra, de uma autonegação para outra! A pessoa de vagina é toda enfeitada como um presente porque é só a isso que se resume nesse ritual que não serve para porcaria nenhuma, a não ser legitimar e consolidar os papéis pré-fixados de gêneros construídos ao longo de milhares de anos na sociedade patriarcal! A pessoa de Pênis com todos os privilégios e liberdades, a pessoa de vagina reclusa para cuidar do curral patriarcal e de seu rebanho, sem o direito de interromper a formação do filhote de pessoas! Enquanto a pessoa de vagina é reduzida a uma autômata escravizada, à pessoa de pênis é permitido estuprar outras pessoas de vagina estigmatizadas e mercantilizadas para satisfazer a construção de sua negação de sua homossexualidade!

 

É tudo uma construção social imposta às pessoas de vagina para sustentar a opressão do patriarcado neandertal opressor, porque casamento é como sexo, é pura construção! Pior ainda o monogâmico que é totalmente antinatural, inclusive o dos cisnes, de várias espécies de pinguins e araras, todos criados, construídos e estruturados por essa sociedade feminicida! É compreensível que jovens pessoas de vagina alimentem sonhos românticos construídos e impostos pela misoginia estrutural desse patriarcado negacionista de sua homossexualidade! Comprou a ilusão de uma felicidade não hormonal e portanto falsa e construída, na vã e idiota esperança de que aquela noite de glória e glamour vai garantir que sejam ambos felizes para sempre! Ela quer o sonho de uma noite de romances tolos em uma festa castradora em que a pessoa de vagina não é o centro das atenções, mas o centro das vigilâncias, porque a partir daquele maldito “sim” ela aceita ser propriedade de uma pessoa de pênis, em vez de viver sua vida em liberdade e seguindo suas próprias regras, e uma delas é não se casar com pessoas de pênis! Mas tudo o que ela realmente quer é gozar das delícias hormonais de uma lua de mel, porque é só a isso que se resume a felicidade, é só hormônio! A ciência provou que sim! Então ela deveria ter aproveitado a vida segundo as regras dela para o corpo dela, que deve ser livre e sem fronteiras para seguir as regras do nosso movimento!

 

E para finalizar, eu sou intelectual! Eu sei de tudo o que há para se saber! Eu conheço a verdade! Eu sou a verdade, o caminho e a salvação! A minha verdade é a única que realmente vale! Ninguém chega à revolução de gênero senão por mim!

 

Só faltou ela pedir a pena de morte para quem nascer homem. Vamos ser francos, a vidinha da Sasha é dela, foi bancada pela mãe até quando quis e teve todas as suas vontades respeitadas, um dinheiro que foi ganho honestamente e não deve satisfações senão à receita federal, porque essa não tem jeito mesmo. Namorou quem quis, o quanto quis, aproveitou a vida como quis e vai continuar aproveitando como quer, isso inclui ter escolhido se casar nos moldes tradicionais. O corpo é dela, a vida é dela, a decisão é dela! Não estou falando de uma garotinha oprimida que ficou presa em casa durante a vida inteira, obrigada a memorizar uma bíblia neopentecostal porcamente traduzida ajoelhada no milho sob o sol do meio-dia. Ela sempre foi livre, estudou muito, mas muito mesmo, formou sua mentalidade e sua personalidade por conta própria, apoiada pela mãe, que deu a ela toda a liberdade de que precisava! E em vez de ser mais uma idiota repetidora de bordões alheios, ela decidiu ser jovem e fazer o que os jovens mais gostam de fazer, que é contrariar um sistema injusto e opressor; no caso, o que dá a cada um a liberdade para obedecer cegamente as regras dogmáticas do grupo intelectual de ar condicional e julga o indivíduo pelo que a coletividade faz, generalizando ao extremo e ainda cobrando-lhe pelos crimes que algum de seus ancestrais mais distantes talvez pudesses ter cometido. Ela se rebelou não com pompa e holofotes, queimando carros de trabalhadores em protestos que no fundo são pró ditaduras ideológicas, mas intimamente, se decidindo por si mesma pelo romance tradicional.

 

Eu não sou o maior fã de Maria das Graças Meneguel, meu estilo é outro, mas uma das coisas que aprendi a admirar nela é a competência de sua administração tanto empresarial quanto pessoal. Todo mundo dizia que ela estava acabada, depois de romper com sua empresária, mas o supremo senhor da razão deu-lhe ganho de causa. De início, e isso faz muitos anos, fiquei com um pé atrás com o excesso de cuidados que ela aparentemente dispensava à filha, a mim parecia superproteção de mãe inexperiente, muitas vezes até comprando briga com seu próprio público por coisas às quais eu simplesmente daria uma resposta sarcástica chamando civilizadamente o idiota de idiota, mas isso é o que EU faria, seria a MINHA escolha resultante de MEU livre arbítrio para tomar MINHAS decisões, e só eu arcaria com as conseqüências. A vida doida de artista que ela teve deve ter influenciado seu comportamento e seus métodos… bem, para mim qualquer vida baseada em noitadas é doida, então minha opinião aqui não conta tanto, meus parâmetros são bem mais caseiros, já disse isso aqui um monte de vezes em vários textos, enfim. Ao contrário da mãe, que teve um início de carreira nas telas rendendo polêmicas acaloradas com as esteiras de turbulência se estendendo até hoje, foi polêmica em seu auge e continuou polemizando para defender seu rebento, como a mãe com “M” maiúsculo que decidiu ser, Sasha escolheu curtir a vida adoidada ao lado de um esposo para chamar de seu. Esposo… esposo… esposo…

 

Vocês podem acusar a Xuxa de um milhão de coisas, afinal ela está rotineiramente nas manchetes e é calejada o bastante para lidar com isso, mas as funções da maternidade ela cumpriu com louvor. Sua pimpolha seria chamada de “emancipada e empoderada”, se estivesse vivendo da mesada da mamãe em boates escuras cheias de drogas e promiscuidade gratuita, seria assim posta em pedestais como modelo de mulher livre a ser seguido, mesmo não fazendo absolutamente nada de útil, apenas buscando desesperadamente prazeres efêmeros e destrutivos que alimentariam narrativas rasas. Seria um ícone de algum movimento igual a tantos outros que faz o oposto do que prega em frases de redes sociais. Foi uma adolescente comum e deu as dores de cabeça que se espera de uma, nada muito além disso. Ela, entretanto, decidiu ser esposa, em condições nas quais teria de tudo para ser um manancial de desespero e tristezas para sua mãe, sendo inclusive retratada pela “mídia especializada” como uma garota fútil que vivia só para si, e por parecer uma garotinha fútil e egoísta era aclamada por colunistas de “celebridades”, só que ela provou o contrário. Enquanto expunha superficialmente ao público uma vida social, ela construía em sua intimidade a vida que realmente queria levar, e foi isso que revoltou certas pessoas… “formadoras de opinião… que se revoltaram por ela ter tido a sua própria contrária à que esperavam que tivesse, a fazer o que querem proibir os outros de fazerem. A máxima do “a vida do outro não é da sua conta” virou “a vida do outro é coletiva”.

 

Na época em que teve a Sasha, mesmo com o pai sendo conhecido e bem-afamado, foi duramente criticada por ser mãe solteira, inclusive pelo então ministro da saúde José Serra, que recebeu uma reprimenda dura da então também musa da vacinação infantil. Assim como tantas outras calúnias, inclusive de que seu “dixionário” ensinava as palavras erradas, ela esfregou na cara dele o quanto a sua participação na campanha incrementava a adesão dos pais e atenuava nas crianças o medo da injeção. Não, meus amigos, ela não era a única extravagante da época, os anos 1980 foram férteis em tosqueiras que fazem a Xuxa parecer uma simples boneca colorida. Ela se defendeu sozinha, diga-se de passagem, e ao que parece transmitiu essa experiência à filha, que teria então segurança emocional suficiente para trilhar um caminho paralelo ao de outra pessoa, no caso, um homem. Não tenho detalhes até porque ambas tiveram o bom senso de manter suas vidas realmente pessoais fora do alcance dos odiadores invejosos, que agem como fanáticos religiosos sob seus discursos libertários, mas tudo leva a crer que ela não foi prometida para casamento antes de a mãe nascer e tampouco foi levada agrilhoada para o altar, noves fora toda a especulação altamente passional dos opinadores birrentos, Sasha fez valer de facto o poder e a liberdade de sua emancipação plena.

 

Aliás, pelo pouco que a Xuxa já disse da vida pessoal da família, Zafir também teve participação na formação da então petiz, portando um homem ajudou a garota a formar uma personalidade autônoma e capaz de exercer seu livre-arbítrio em uma vida adulta e sem frescuras. Ou seja, a parte do patriarcado dessa equação teria sido altamente benéfica para ela, porque sabemos o quanto um cafajeste pode destruir a vida de uma criança, mesmo não morando sob o mesmo teto. E posto que certa feita a então infanta queria um irmão, e a mãe mandou pedir ao pai dela, é facilmente concluível que ele foi um pai presente e actuante, dentro do que sua carreira doida de artista lhe permitiu. No mais, sendo ele o pai da então menor, sem a sua permissão ela não teria ido para os Estados Unidos, para estudar e viver lá, então a abestalhada narrativa da opressão e submissão ao patriarcado ai, ai, ai mil, vai pra fora do Brasil, cai por terra por pura falta de alicerce. Viveu na cidade mais cosmopolita do mundo, com todos os perigos que vêm de carona nesse bonde, onde pôde ver tudo e teve a chance de experimentar o que quisesse, então decidir o que fazer de sua jovem vida. Ela teve sim escolha, assim como a mãe teve.

 

Eu sei que vocês estão estranhando eu falar de artista em um blog que tradicionalmente é avesso a isso, mas em verdade estou me referindo às pessoas e não aos personagens que suas carreiras demandam que vistam. Pessoas precisam ser ajudadas e fortificadas para que possam se defender sozinhas, buscando obviamente ajuda sempre que a carga for maior do que suas forças, em vez de serem rotuladas e estigmatizadas por faladores frouxos que fazem tudo o que dizem combater. No avatar da rede social, um sorriso e uma frase fofinha, mas a carga de ódio e rancor despejada contra quem se atreve a contrariar suas narrativas faria inveja ao mais imaturo dos mafiosos. Ou seja, mesmo quem aparentemente, durante uma vida inteira e pregressa, teria atendido a todas as expectativas de um grupo dito libertário, quando decide tomar suas próprias decisões sem consultar o manual da doutrina deles, passa a ser no mínimo cidadão de segunda classe, ou membro de uma casta inferior. O que lhes parecer ser conservador é demonizado e acusado de renascimento das trevas medievais, justo eles que querem mudar tudo para que então nada jamais mude para todo o sempre e “AI” de quem então tentar mudar alguma coisa.

 

Sinceramente? Mrs. Sasha, go ahead! Vá em frente e distribua bananas! Tu ainda és jovem, cheia de vida e tem décadas para mudar ou não sua decisão. Vá viver a vida adoidada com sua família, dar cascudos no senhor seu marido e mimá-lo quando ele fizer por merecer! Mande os detratores tomarem xarope de cicuta! Se eles encherem o saco, manda se verem com a sua mãe, ela sabe dar o recado direitinho… e benza a Deus, ela tenta parecer velha mas ainda é um mulherão!

06/05/2021

Comentários diversos

Propriedade intelectual de Maurício de Souza. Se tentar piratear, vai levar coelhada!
 

Na falta de organização, tempo hábil e ambiente, vou simplesmente comentar algumas notícias e curiosidades, cujos links estarão nos próprios parágrafos. São coisas que eu pretendia compartilhar em redes sociais, mas a esterilidade ideológica/religiosa inibiu um plantio que estaria fadado ao fracasso.

 

Esta é a Tina. Maurício de Souza a criou como uma hippie baiana, que na época já estava saindo de moda, para ser coadjuvante do irmão Toneco, mas, na prática, ele quase desapareceu para sempre e só voltou nas fases recentes, enquanto ela se tornou não só a protagonista com seu próprio título, como também a mandachuva da turma. Segue a moda como qualquer jovem comum, gosta de celebridades como qualquer jovem comum, tem suas crises existenciais e de cotovelo como qualquer jovem comum, mas sua relação de liderança para com os outros está longe de ser comum. Por mais que tente ser uma no meio dos outros, cedo ou tarde alguma coisa vai fazê-la levantar o topete e começar a dar ordens, e os outros terão que acatar. A característica básica dela, uma parte da personalidade que jamais mudou nestes cinqüenta e um anos, é sua indomabilidade. A característica física que nunca mudou é que ela é tão linda que comove.

 

Passando agora para assuntos automotivos.

 

Conforme eu já alertei aqui, os carros baratos estão em extinção, e agora foi o chefão da Renault que deu seu diagnóstico. A Europa já se rendeu ao mau gosto e dubiedade dos SUVs. Embora as motocicletas, que não oferecem segurança nenhuma, e ainda sejam fabricadas sem restrições, os pés-de-boi familiares estão com os dias contados justo por causa da imensa parafernália electrônica e dos reforços estruturais que são obrigados a carregar, embora esses reforços não signifiquem DE JEITO NENHUM que sejam mais duráveis e confiáveis do que seus antecessores, basta ver a quantidade de Gols quadrados que ainda rodam e comparar com a decadência estrutural da maioria dos concorrentes modernos do Gol de hoje. A versatilidade ímpar e praticidade dos hatches pequenos e médios está com os dias contados, a não ser que vários pequenos fabricantes se unam para compartilhar componentes a fim de reduzir custos, e montem manufaturas pra modelos de baixa demanda em nichos de mercado; ainda assim eles teriam que rebolar para manter seus modelos no mercado.

 

E o absurdo não pára por aí. Uma pequena montadora vietnamita que prometia muito, começou a pisar na jaca querendo prender um comprador que fez críticas constructivas ao carro que ele comprou, em seu canal de vídeo. O rapaz deixou claro que gosta do carro, apenas apontou detalhes que o desagradaram e foi acusado de manchar a imagem da empresa e prejudicar suas vendas. Sabem aquela máxima de que o cliente sempre tem razão, embora nem sempre tenha? Parece que alguém por lá tem saudades da ditadura em que vivia, quando a opinião emitida podia ser motivo para fuzilamento. E o idiota quer entrar nos Estados Unidos, onde uma opinião de cliente pode até definir o CEO de uma indústria… e quer fazer o mesmo por lá… criminalizar opiniões em vez de usá-las para melhorar seus productos… que nem foram totalmente desenvolvidos por ele, seus carros usam todo o monobloco dos BMW série 5. O que ele pretende fazer em caso de recall? Processar quem requisitar os reparos? Prefiro pagar muito mais caro pelo Série 5 original made in Germany, pelo menos os alemães sabem quem tem razão nessa relação.

 

Uma notícia mais amena é que os fabricantes de caminhões instalados no Brasil que ouvem seus clientes em vez de mandar prender em caso de críticas, confirmaram investimentos significativos para ampliação e melhoria de seus portfólios, que já são bastante ecléticos e bem-conceituados. Só a Ford e a GM estão de fora, uma por burrice e a outra por… bem… burrice também, porque o mercado só cresce. A diferença é que a GMB cometeu o erro muitos anos antes e foi por falha da gestão anterior, não por covardia. Enfim, esse aporte é uma daquelas notícias que só aparecem em mídias generalistas de vez em quando, de modo superficial e com algum atraso, principalmente porque é um alívio em um momento de crise global. Apesar do avanço das ferrovias, a demanda por caminhões cresce. Em tempo, gosto da GM, mas por isso mesmo preciso fazer críticas quando se fizerem necessárias… poderia ao menos ter falado com a Agrale para assumir a produção, durante a baixa de demanda.

 

E a demanda por caminhões plug-in também. A aceitação tem sido maior do que a esperada e as promessas sérias de lançamentos já pipocam. O caso aqui é de entregas urbanas e intermunicipais, ramo e que a fumaça e o barulho são mais críticos. A união de alta capacidade de transporte com emissão quase zero, já que a poluição é apenas potencial e fica lacrada nas baterias, vai permitir entregas em horários e lugares que hoje são proibidos justamente para evitar incômodos para o cidadão exausto pelo dia de trabalho. Apesar do custo inicial maior, afinal são baterias grandes para motores potentes que imprimirão pouca velocidade, os custos de manutenção são ridiculamente baixos, e a máquina é muito apta ao trabalho pesado prolongado. E posto que Itaipu está perto de pagar a dívida de sua construção, as tarifas de energia serão mais atraentes quando os pequenos brutos começarem a ser comuns, melhorando a rentabilidade dos negócios; estão precisando mesmo disso.

 

Com tanta demanda, tantos investimentos e tantos caminhões novos, não é de admirar que o fenômeno americano esteja se repetindo por aqui; faltam motoristas. A demanda por caminhoneiros está crescendo mais do que a formação e oferta de mão de obra, isso em breve vai tornar qualquer motorista de Accelo em um bom partido para casamento. Apesar da já citada redenção das ferrovias, os trens não têm a capilaridade de um caminhão e não teriam mesmo que houvesse rios de riquezas para investir em novas linhas; a bem da verdade é capaz até de esse incremento de demanda por caminhões tornar mais ramais viáveis para entregas de curta e média distâncias, então meus amigos, esqueçam aquele protesto rançoso dos anos 1990 de caminhoneiros ameaçando parar o país se as ferrovias fossem revigoradas, porque isso está acontecendo e os temores estão indo pela culatra.

 

Aliás, a coisa está andando de tal forma que os lançamentos de caminhões estão mais interessantes do que os de carros de passeios, que viraram um mar idiota de futilitários esportivos de fim de semana. Mesmo os de cabine avançara têm mais personalidade e fazem mais falta ao saírem de linha, mesmo as comemorações por longevidade de uma linha são mais autênticas e festivas. Quem diria que esses monstros de vinte toneladas, capazes de arrastar cem outras, seriam mais confortáveis, avançados, bem desenhados e coloridos do que os carros de passeio? Ririam da minha cara, há trinta anos, se eu dissesse isso. Já gosto mais dos lançamentos da Marcopolo do que os da Chevrolet.

 

Isso vale mesmo para os utilitários leves e feitos para o trabalho mais bruto como as picapes de cabine simples. Praticamente esquecidas pelo modismo ridículo que vigora, as versões para trabalho pesado ainda existem e, pela pouca concorrência, encontram caminho praticamente livre para suas vendas. Muita gente ainda se lembra com saudades da longa e versátil Chevrolet C-15, com sua enorme caçamba e destemor por ambientes rudes, mas poucos sabem que caminhonetas pés-de-boi ainda existem, muito porque o departamento de marketing as têm desprezado nos últimos anos.

 

Alçando vôos com circunflexo que é o certo mais altos, vamos falar um pouco de aviação.

 

A exemplo do porto de Los Angeles, que fornece tomadas de energia para que os navios não precisem consumir combustível quando estiverem atracados, os aeroporto de Brasília decidiu fazer o mesmo para os aviões à espera de passageiros e/ou carga em seus terminais. O combustível é de longe o maior gargalo de custos da aviação comercial, então Brasília vai chamar mais atenções e terá mais preferência das companhias aéreas. Fora isso, o nível de ruído menor tornará a espera dos passageiros muito mais aprazível, o trabalho do pessoal de apoio na pista ficará tanto quanto mais e ainda mais salubre, com a redução da poluição local, até mesmo a temperatura ambiente ficará mais baixa. Resta esperar que o aeroporto fique tão solicitado, que os outros precisem adoptar medidas semelhantes, será bom para todo mundo.

 

Inclusive os resultantes da iniciativa da Infraero para incrementar os regionais. Se isso for para frente, e eu acredito que irá, as pequenas companhias regionais com seus turboélices, vão prosperar muito, pois são justo a falta de infraestrutura e a escassez de boas pistas homologadas que mais estrangulam a parte técnica das operações. Mesmo para quem não voa, não pretende ou tem medo de avião, a notícia é bem-vinda. Não foi uma e nem só duas vezes em que fiquei horas intermináveis dentro de um ônibus de uma linha monopolizada, às vezes em velocidades baixíssimas, tendo que viajar mal em uma poltrona estranha por terem vendido a minha para outra pessoa, sendo tratado rom desdém e rispidez pelos funcionários. Muita gente vai migrar para o serviço aéreo e esses picaretas vão lamber sabão com suas concessões politiqueiras monopolistas; ou trabalham direito, ou fecham… não fariam falta.

 

Assim teremos até bizarrices bacanas para transformar em memes, como a do sujeito que se despachou como carga frágil e se deu mal. Ele não contava com a lei de Murphy, foi extraviado e passou dias perdido de aeroporto em aeroporto, até ser resgatado. Francamente, as chances de isso dar certo não eram grandes, ainda mais que o americano médio já não faz mais jus à boa fama de seus antecessores e não entrega o seu melhor no serviço que faz, dá só o suficiente e assim elimina a margem de segurança que daria suporte contra eventuais falhas. O bom é que o pateta sobreviveu e parece que quer virar filme. Mais um…

 

Outra bizarrice é esta também vinda dos Estados Unidos. Não é incomum haver partos durante o vôo, o bizarro é a criatura passar mal e precisar ser atendida sem saber dizer o que está sentindo, porque ela simplesmente não sabia que estava grávida! Aham… só faltou dizer que não sabia como aquele bebê foi parar na barriga… A sorte de ambos é que uma série de sincronicidades fez seu embarque atrasar, o que a colocou à presença de médicos a bordo. Pela carinha lerda que fez durante o flagrante… bem, deixa pra lá… Importa que mãe e bebê estão bem, sendo cuidados no Havaí. Criatividade para tosqueira não falta a eles (https://www.aeroflap.com.br/voo-da-american-com-o-embraer-175-acaba-em-pizza-apos-alternar-devido-a-fortes-chuvas/) inclusive para evitar motins dentro do avião.

 

Para os geeks a boa nova é que o museu Smithsonian está montando uma réplica em tamanho naturam das incônicas X-wing. Assim que estiver pronta para visitação, vocês saberão, porque seguramente será notícia nos meios nerd de comunicação. Uma das críticas de cientistas e técnicos à saga Star Wars é justo contra essas naves, porque têm flaps. Certo, não há ar no espaço e mexer asas por lá não adianta nada, mas se esquecem que elas também operam em atmosferas, então as asas móveis são sim necessárias, para não dependerem só da vetorização do empuxo. Decerto que o desenho foi feito mais para impressionar do que para funcionar, mas a boa distância dos motores para a fuselagem torna o vôo mais fácil de controlar. Vocês poderão tagarelar em caracteres à vontade a respeito, quando a exposição estiver pronta, os mais abonados poderão até mesmo protagonizar tosqueiras divertidas com vestes à caráter, encenando alguma passagem da série, quando estiverem lá.

 

E por falar em “lá”, um dos melhores sites nacionais de aeronáutica está há dias sem uma actuzlização. A Aeroway fez sua última publicação no dia vinte de Abril.

 

Indo para o generalismo.

 

No país dos jogos proibidos, a jogatina estatal prospera! Para evitar criar mais impostos, o que fazem? Estimulam? Facilitam? Combatem oligarquias monopolistas? NÃO! Criam mais uma loteria financiar saúde e turismo… Loteria para financiar turismo… Não sei se vocês se lembram, mas quanto mais o Estado meteu o bedelho na economia, mais caca saía. É como analgésico vagabundo, que no começo dá um alívio, mas logo em seguida deixa a dor voltar mais forte e mantém a causa do problema intacta… ou já se esqueceram da quase planificação econômica do plano cruzado? Este país já é um cassino de baixo custo a céu aberto, é pior do que jogo de azar, porque aqui não é só o apostador que perde, perde a população inteira.


Para o desespero dos lambedores de ditaduras e da própria ditadura maior, as lideranças ocidentais ensaiam uma recuperação sólida. Ao contrário daqueles, que estão dissolvendo soberanias nacionais e exigindo que seus membros sejam tratados como cidadãos de primeira classe, legando os nativos a castas inferiores, estes estão sendo chamados até mesmo por quem, nas cabeças simplistas de retoristas compulsivos, deveriam odiá-los e aderir à causa do big brother da vida real. Por mais defeitos que eles tenham, e em conversa com nativos eles os assumem, permitem as manifestações contrárias e cavoucam eles mesmos suas dívidas. 

 

O que tem a Barbie a ver com a pandemia? A princípio nada, mas esta crise sanitária marcou a história da boneca e sua linha de productos. As vendas de algumas linhas de brinquedos cresceram absurdamente, enquanto quase todos os outros setores amargaram quedas expressivas, quando não fatais. Uma explicação é que se trata de brinquedos pensados para uma época e que as pessoas já moravam em apartamentos, então são apropriados para crianças que não podem ou pouco podem sair de casa. A boa notícia neste caso é que esses fabricantes estão empregando mais, com isso ajudando a atenuar a crise e melhorando as perspectivas para quando vier o alívio.

 

Preparem-se para mais riscos de quedas de energia, e desta vez a culpa não será das concessionárias. A produção de cobre não está acompanhando a demanda e os preços estão disparando, isso torna a fiação eléctrica mais atraente para meliantes. Eles não se importam em interromper uma cirurgia cardíaca no meio dos procedimentos, eles não dão a mínima, se tiverem a chance vão cortar o fornecimento de energia para roubar o cobre da fiação, então recomenda-se mais atenção policial ostensiva para prevenir o pior. É o mesmo problema que acomete as montadoras pela falta de processadores, cujo problema é tão grave que fez o Ônix despencar do primeiro para o sétimo lugar em vendas, não por desinteresse do comprador, mas porque não há essa matéria-prima essencial a carros modernos para concluir a montagem dos veículos. Com o cobre será pior, porque a produção de maquinário será toda comprometida, inclusive os motores dos carros eléctricos… A expectativa, se não houver mudanças na oferta, é que duplique o preço até 2025.

 

Sabem aqueles contractos aparentemente vantajosos, mas que dão exclusividade a alguém sobre os direitos locais de uma marca reconhecida? Fuja deles! Ou no mínimo exija cláusulas que lhe permitam desfazer a parceria, ou vai acabar com os mesmos problemas da Lamborguini que é só o caso mais famoso no momento. O mesmo vale para procurações em que o procurador tenha poderes demais para representação, sua vida pode ser arruinada por um erro ou má-fé. Mesmo que se trate de um amigo íntimo ou parente confiável, ninguém sabe o que vai acontecer daqui a uns anos e ninguém sabe que pressões psicológicas ou mesmo chantagens procurador vai enfrentar. Para o bem de ambos, é preciso haver uma cláusula de ruptura contractual por parte do titular, ou as vidas de ambos podem ser arruinadas por pessoas que não vão se importar com vocês.

 

É notório o risco que as malditas ponteiras laser impõe à aviação, bem como seu uso intensivo pela pesca pirata predatória chinesa em águas exclusivas de outros países. Deveria ser apenas um instrumento de trabalho corporativo e acadêmico, mas virou uma praga. Felizmente essa necessidade está trazendo uma solução relativamente simples já existem óculos que protegem contra esses ataques, é questão de tempo até chegarem ao mercado nacional, e não muito mais para que os motoristas percebam sua utilidade nas estradas, dirigindo contra o sol. Foram desenvolvidos para as forças armadas, mas os óculos CALI têm ganhado a simpatia e elogios rasgados de pilotos civis. São discretos, de longe não parecem ter nada de extraordinário, mas podem evitar tanto uma cegueira quanto uma tragédia, e o visual austero é um convite para customizadores.

 

Concluindo e complementando o que eu já escrevi lá em cima. A falta de personalidade dos carros é tamanha, que já há empresas ganhando com remodelação de veículos contemporâneos deixando-os parecidos com carros antigos. No caso os japoneses transformam seus minúsculos kei cars, que não podem passar de 1,48m de largura por 3,4m de comprimento (o Fiat Mobi tem 1,63m por 3,56m) em filhotes de clássicos ocidentais, como a Kombi corujinha, o Bel Air 1957, entre outros. Como o trabalho é artesanal, demora alguns dias, talvez meses se o pedido for muito extravagante. Entenderam, montadoras? Ou querem que os japoneses desenhem abocanhando mais um naco de mercado ocidental?