26/11/2022

Sobre o Mercado

 

Alguém quis, alguém fez e ambos ficaram felizes.
1980s


           Em síntese, uma nota é um título de uma fração da riqueza que um país tem. O valor nominal da nota dá ao portador o direito de utilizar aquela fração monetária, é isso que o povo chama de dinheiro. A quantidade desse dinheiro é a base monetária do país. É mais ou menos como figurinha de álbum. Se o país aumenta essa base monetária sem aumento correspondente do valor que ela representa, cada unidade de dinheiro passa a representar uma fração menor da riqueza que o país detém. Por exemplo, se para um certo tesouro forem emitidos mil bônus, cada bônus valerá um milésimo do que aquele tesouro pode comprar, e isso não é constante, o valor varia com o tempo e o humor das pessoas. Se forem emitidos mais bônus sem ter havido aumento de demanda ou de lastro desse tesouro, em pouco tempo o valor desses bônus cairá proporcionalmente ou mais, porque a confiança das pessoas pesa no valor de troca, e um Estado que não controla a contento suas finanças não é confiável. O oposto, aumento do valor sem emitir notas, tem efeito contrário. Assim como uma figurinha tem mais valor quanto mais rara e demandada for. Sim, a lei da procura e da oferta também vale para as cédulas de dinheiro do seu bolso, é por isso que o Dólar ainda manda, e no que depender do assistencialismo europeu e sul-americano, vai mandar por muito tempo.

            Ou seja, aumentar a base monetária, no nosso caso imprimir mais Reais, não aumenta o valor do tesouro que o Banco Central guarda, é assim que um governo produz inflação; endividamento é outra causa, mas demanda aumento da base monetária, então dá no mesmo e tanto pior quanto menos controle se tiver dessa dívida; a nossa, transferida do FMI para bancos nacionais amigos do então governo, saltou de 4,5% para 19% de juros ao ano. Quando um preço sobe por alta de demanda ou de custos, cedo ou tarde ele volta ao normal, porque foi causado por um evento e isso passa, mas o aumento de preços por emissão de dinheiro é muito mais complicado e perene, aqui o problema é na base, é a raiz do mal. A oferta vai pela própria necessidade de sobrevivência, e o apelo sedutor a quem ainda não estiver no negócio, aumentar até emparelhar e estabilizar com a demanda, nisso o preço já terá caído. Por conta de haver mais pessoas oferecendo, novas técnicas mais eficientes podem surgir e não raro o poder de compra fica até maior do que antes; é por isso que monopólios e oligarquias são tão nocivos à economia popular, e é o que temos no Brasil.

            Ao contrário do livre mercado, alcunhado de "capitalismo" por quem nunca entendeu como ele funciona, monopólios e oligarquias evitam ao máximo qualquer inovação para manter seus custos o mais baixos possível, não para que mais gente possa ter acesso, mas para que a diferença entre o investimento e a receita seja a maior possível. Sim, em qualquer empresa o objectivo é controlar os custos e majorar os lucros, até para atrair mais investimentos, mas quando o mercado é livre ele tem seus pares concorrendo e aproveitando qualquer estupidez para tomar um naco de sua clientela. Quem tem menos de quarenta anos, não se lembra de quando todos os serviços públicos no Brasil eram monopólios estatais, e ainda temos muito disso. O caso clássico da linha telephônica custando mais do que um carro, não é lenda urbana, havia até prósperas bolsas de valores de números telephônicos! Algumas pessoas tinham mais de uma linha e simplesmente as alugavam, podiam viver disso. O resultado é que cobravam o preço que queriam e então realmente poucas pessoas tinham uma linha em casa.

            O que temos é um oligopólio de telephonia e internet, só trabalha quem o governo deixa e como deixa, por meio das concessões licitadas, e mesmo assim essa abertura neoliberal, ao contrário do que os sindicatos diziam, democratizou e popularizou o telephone no Brasil, qualquer um hoje tem um celular com acesso à internet; imaginem se fosse realmente livre, com empresas capacitadas podendo oferecer seus serviços a qualquer um em qualquer lugar. Assim como as notas, nos limites da viabilidade da empresa, o aumento brutal da oferta não só barateou muito os preços a ponto de até o sistema pré-pago ter sido viabilizado, como abriu um mercado de trabalho gigantesco que simplesmente não existia no país. Tenham em mente uma coisa, o Estado nunca produziu nada, até porque seu mote é administrar um território, e sempre que tenta se meter na produção, dá com os burros n'água. Claro que a conta desse insucesso não vai para o burocrata que errou, mas para a população, inclusive os indivíduos que nunca usufruíram da empreitada. No fim das contas, o Estado se faz de bom com o dinheiro que tirou da sua mesa. Se ele fabricasse riquezas, não precisaria do povo e de cobrar-lhe impostos. Quando uma empresa erra ela quebra, quando um governo erra ele cobra.

            Quando um indivíduo entra para uma empresa, ele entra com seu tempo e seu talento. O prédio da empresa já estava lá, o maquinário já estava lá, a matéria-prima já estava nos depósitos, as encomendas já estavam feitas, a logística já estava planejada e o producto que o consumidor queria comprar já estava com os investimentos necessários totalmente comprometidos; nada foi tomado à força do operário, que no fim do mês terá seu salário depositado conforme foi combinado. O que o patrão faz? Ele é o cérebro da companhia, não fica sentado fumando charutos enquanto os outros trabalham. Ou seja, a conversa de "mais valia" é uma lorota inventada por quem jamais saiu de sua bolha, sequer sabia o quanto custavam os livros que não estudou direito. Não estou dizendo que o patrão é um sujeito bom e agradável, ninguém o é só por isso, assim como o operário não o é só por se dar bem com os colegas; uma coisa é independente da outra. Julgar o caráter de alguém por sua profissão, situação financeira ou qualquer outro critério que não sejam suas atitudes, é preconceito. E "classe", pelo exposto, é casta; eu não acredito em castas. Mercado é, em resumo, a relação entre quem fornece e quem demanda.

            Uma crítica ao livre mercado é que ele incentivaria o egoísmo, como se isso não existisse previamente, quando surgiram os primeiros micro-organismos na Terra, que disputavam os nutrientes sem se importar se o outro ficaria sem e pereceria. Importar-se com o outro é raridade no mundo animal, e virtualmente inexiste nos outros reinos. Fora da esphera humana, agir por interesse bruto é a regra, ainda que as lentes dos documentaristas só mostrem o momento em que o elefante parte para cima do leão que estava prestes a atacar a zebra. Ela, a zebra, é a primeira linha de defesa para os filhotes de elefante, enquanto estiver por perto, interessa ao elefante que ela esteja viva e saudável. Só quem ensaia compadecência desinteressada é o ser humano, nenhum outro animal deixa alimento no ninho de outro e sai sem esperar por gratidão. Em geral, contrariando quem não sai de suas bolhas, as pessoas gostam sim de ver os outros crescerem e ajudam como podem, na maioria das vezes o que um indivíduo pode fazer é caridade, quase sempre anônima, nada no livre mercado impede isso. O que o Estado faz é dar esmolas tiradas à força de quem produziu algo, cobrando lealdade de quem a recebe.

            E não, o livre mercado não é perfeito, tem muita instabilidade e ainda não aprendemos a lidar totalmente com elas, mas é o melhor que temos. O outro lado promete uma estabilidade forçada que distribuiria prosperidade a todos, mas só fez concentrar os recursos nas mãos de uns poucos membros do governo que não tolera ser questionado, que é o Estado absoluto, enquanto o restante da população padece misérias que a imprensa local é proibida de mostrar; nada mais egoísta do que isso. Há de aparecer algo melhor, mas não será pelas mãos da arrogância positivista de quem odeia a humanidade, mas não abre mão dos prazeres da civilização. A teoria, na prática, é outra.

01/11/2022

Eu sou um canalha!



            Sim, eu sou! Até os demônios têm medo de mim, tamanha minha perversidade! Eu pratico e incentivo a caridade! Muah ah-ah-ah-ah-ah! Segundo os cânones acadêmicos dos donos da verdade, que sabem mais da minha vida, minhas intenções e dos meus pensamentos do que eu mesmo, só pratica caridade quem quer ver o outro eternamente dependente de favores, mantendo-o sempre na miséria e rechaçando a mais remota hipótese de ele estar realmente bem, muito menos em situação melhor do que a minha. Onde já se viu? Ficar feliz porque alguém conseguiu um carrinho de pipoca é o ápice da maldade! E eu fico feliz com isso! Chamar moedor de cana e máquina de sorvete de meios de produção, só porque estudei e pratiquei mecânica e sei que isso é verdade, é de uma baixeza de minha parte que até o inominável ficaria corado! Quem sabe de tudo é essa gente boazinha que adula ditadores de regimes ideológicos, dando de ombros para suas populações passando fome sob inflações que saem de escala, repetindo que aquilo é que é ter presidente! Eu prefiro chamar as coisas pelo que elas são e as pessoas pelo que elas fazem, não importa que neologismos gramaticidas inventem, por isso sou o suprassumo da maldade.


            Reconhecer um carrinho de churros como um empreendimento, por respeito à língua e à pessoa que o usa como meio de vida, incentivar que busque melhorias e meios de se diferenciar no mercado, que fique independente das doações boazinhas do Estado desinteressado como se rendimentos em vez de tomar as rédeas da própria vida e se sinta livre para tecer as críticas que julgar necessárias, sem medo de ser excluído de um programa de "erradicação da pobreza sem contrapartidas a quem paga por isso", que não passa de curral eleitoral, deixando-o apto a se preocupar sem se render ao medo; ah, meus amigos, isso me torna algo pior do que Átila com dor de corno! Imagine só, uma pessoa dessas movimentar a economia local, gerando valor e equilibrando a relação de oferta e demanda, dando a cada indivíduo a responsabilidade e poder de controlar a inflação, em vez de esperar receitas mágicas que sempre falharam em todos os locais em que foram aplicadas! Dane-se que está na história recente em factos consumados, apoiar isso me torna mau, muito mau!


                Também reconheço o lucro como remuneração, o que é um completo absurdo, pois todo mundo sabe que um empresário é alguém que chega a um lugar sem um tostão e passa a tomar à força tudo o que os trabalhadores locais fazem, sem jamais ter investido nada e sem nunca mais sair de sua mansão nem para tomar decisões. Gente que nunca fez continha de mais e menos para saber quanto custa lançar um producto é que sabe das coisas! Bolhas ideológicas são as melhores formadoras de senso crítico, pois isolam intelectuais repetidores de discursos alheios do mundo mundano, permitindo que façam elucubrações sobre pobreza e desigualdade em seus iates e jatinhos, enquanto vão para suas mansões erguidas em reservas ecológicas. Vai que os pobres descobrem que não existe um abismo com muros que os impeça de subir na vida! Que não existem linhas divisórias entre "classes", deixar de acreditar que quem ganha 999 mil só se torna rico quando ganha um Real a mais! Isso é de um descabimento sem tamanho!


            Imagine então não revidar postagens generalistas que atiram para todos os lados, apontando os dedos acusatórios para quem não pensa como seus autores! Amigos que seriam os primeiros a me denunciar ao regime que tanto adoram, agindo tal qual os crentes mais fanáticos dos anos 1980, vigiando a moralidade ideológica e religiosa alheia, ainda afirmando que só há os "por mim (leia-se: concorda com tudo o que penso) e os contra mim", cheios de prolixia e cobertos de razão, certos de que detém a verdade em suas mãos, fazendo gestos ou mandando imagens de "ai meu Deus que não existe, como sou intelectual e ele é idiota", não raro dizendo que vai me fuzilar quando a revolução estourar e mesmo assim me mantendo o mais centrado possível nesse pandemônio, dando espaço para todo mundo e só exigindo respeito mútuo. Pior! Eu estudei a história, toda ela! Não só a parte que fala o que eu quero ler, poupando um lado e atacando outro, eu os podres de todo mundo e parei de chamar de imperialista quem não é! Eu deveria tomar vergonha na cara!


            O certo é dar um golpe sangrento chamando-o por eufemismos complexos e prolixos, deixando a um ditador bonzinho dar tudo de graça para o povo coitadinho. E esses que fogem desses paraísos, que exterminaram gays e artistas que ajudaram seus líderes caridosos a tomar o poder? Ah, podem zombar deles, fazer piadinhas chulas de suas histórias, fazer escárnio de seus relatos sobre inanição em massa, fingir que as pessoas pulam no lixo (como aconteceu aqui nos anos 2010) para procurar por comida, isso quando não comem seus bichos de estimação. Chamem uma criança de Puta, mas não se atrevam a dizer o mesmo de alguém deles! Seguir gente que odeia mortalmente a humanidade, mas não abre mão dos prazeres da civilização que querem destruir, isso sim me tornaria bom e realmente intelectual, preocupado com os pobres e desassistidos. Sim, é esse o certo a se fazer!

03/10/2022

O Foicebook

Sim, foi este comentário, feito ontem, que causou a última represália, com limitações severas até mesmo dentro da minha própria conta.


             Caríssimos, já se vai o tempo em que o Facebook era um lugar apenas esquisito e cheio de tranqueiras, agora o algoritmo que não diferencia um joelho de um seio está usando seu imenso talento para censurar na cara dura. Não é a primeira vez e ando desconfiado de que algoritmos de carne e osso escolhem aqueles a quem vão perseguir, bastando discordar frontalmente de seus dogmas pseudointelectuais; como aqueles activistas bonzinhos amigos do povo coitadinho que me fizeram perder um emprego há cerca de 25 anos, simplesmente porque eu não quis passar um deles na frente dos outros, na fila da copiadora.


Todas as moedas fiduciárias em queda em relação ao Real. O Dólar já está longe do Euro e a Libra não se sustentou nos R$6,00. O peso argenchinês não faz mais diferença.



            Tenho sofrido progressivas limitações e dificuldades de acesso, tanto de reagir, quanto de comentar e até mesmo de publicar em meu próprio perfil. Por essas e outras, pararei de publicar lá os links de noticiários que de segunda a sexta eu seleciono, o farei aqui e só o link desses textos completos serão compartilhados. Faço-o já sabendo do menor alcance, mas também já tendo alertado meus contactos a respeito. Divido as notícias em tópicos, que eram publicados em blocos isolados, mas os deixarei assim para facilitar sua busca.


Só um detalhe: o Iene não tem centavos, então Cento e vinte Ienes seriam como um Iene e vinte centavos, mais ou menos ...



            Não obstante esse cerceamento de livre expressão não ofensiva, os mesmos idiotas que a mim censuram também mandam um monte de sugestões todos os dias, com as quais não poderei interagir porque um único joinha em cada uma, aparentemente exaure meu direito de interação no dia. Zukerberg está cavando sua própria ruína, ele vai matar a galinha dos ovos de ouro de seu empreendimento! Acharei pouco! Querem um mpinimo de tranqüilidade e de expressão? Voltem para seus blogs!


            Sem mais delongas, vamos às tosqueiras de hoje.


Internacional


            A parceria certa: Continente africano e continente americano. O europeu já mal dá conta de si, e o asiático, francamente... O Japão começou a oferecer ajuda, de resto só a Jinpinglândia oferecendo empréstimos com cláusulas que os tornam facilmente impagáveis, com a cobrança sendo feita exigindo concessão de soberania.

https://areferencia.com/africa/somalia-anuncia-a-morte-de-terrorista-que-figurava-em-lista-de-procurados-dos-eua/


            Eles são armados e têm treinamento militar, e são i-do-la-tra-dos em universidades. Aqui são incentivados pelos mesmos que lá os fuzilariam, se apontassem o dedo para seus erros.

https://areferencia.com/asia-e-pacifico/navios-chineses-invadem-pacifico-sul-ameacando-a-industria-e-o-meio-ambiente-na-america-do-sul/


            Aparentemente dois idiotas úteis que praticam em território americano o modo de vida que dá cadeia na Rússia, assim como seus pares brasileiros. Mais uma vez houve toda a transparência possível, mais do que isso comprometeria as investigações e sabe-se mais o quê.

https://areferencia.com/sem-categoria/oficial-do-exercito-dos-eua-e-acusada-de-espionagem-para-moscou/


            E todo mundo apontava o dedo para os americanos, mas como é o camarada KGB, tentando reviver a URSS à sua moda, não se ouve nenhum protesto de pacifistas profissionais.

https://areferencia.com/americas/eua-levam-a-serio-ameaca-nuclear-de-putin-mas-talvez-nao-sejam-capazes-de-antever-um-ataque/


            Negue o que você faz e o que você é, acuse o outro de sê-lo e fazê-lo. Cinismo e mentira na frente da verdade não os constrangem.

https://areferencia.com/oriente-medio/radicalismo-do-taleban-afugenta-casais-e-esvazia-os-restaurantes-do-afeganistao/


            A maioria das vítimas serem meninas não foi mero acaso, por eles o mundo seria habitado só por homens.

https://areferencia.com/oriente-medio/explosao-em-centro-educacional-mata-ao-menos-23-pessoas-em-cabul-a-maioria-meninas/


            Protestam e...? Vão boicotar? Abrir mão do financiamento universitário e de todos os acessos que o PCC dá aos seus lacaios? Sem isso, não funicona.

https://areferencia.com/asia-e-pacifico/dia-nacional-da-china-tem-protestos-em-taiwan-contra-o-autoritarismo-e-criticas-partindo-do-brasil/


            Vai, JinPooh, ataque Taiwan e logo terá duas frentes duras de batalha. Da última vez, em uma escaramuça fronteiriça, morreram três chineses para cada indiano.

https://www.news18.com/news/india/with-light-combat-chopper-prachand-indias-firepower-at-china-pak-borders-gets-big-boost-6090217.html


            Por isso eles estão investindo a sério no seu próprio pró-álcool. Espero sinceramente que logrem êxito e que isso nos sirva de inspiração.

https://www.news18.com/news/india/monitoring-air-quality-24x7-stubble-burning-how-delhi-govts-new-move-will-combat-pollution-in-oct-nov-6090259.html


            Esse Kadyrov foi uma das crianças que sofreram lavagem cerebral na escola, após a Rússia invadir e colocar na Chechênia um fantoche. Isso as crias da KGB sabem fazer muito bem, só que agora está se virando contra eles.

https://br.noticias.yahoo.com/dois-aliados-putin-ridicularizam-m%C3%A1quina-133129324.html


            Quando tiverem as primeiras mortes por frio, dentro de residências de classe média, Itália e Polônia terão mais seguidores.

https://eco.sapo.pt/2022/10/03/eurogrupo-rejeita-apoio-orcamental-alargado-e-quer-menos-consumo-energetico/


            Foi só uma bagunça burocrática estatal, mas que custou caro à parte mais fraca; os professores que trabalharam sem receber.

https://www.sapo.pt/noticias/economia/governo-da-guine-bissau-reintegra-mais-de-2_633b04a0fa19331b4bf5ee4d


            Na pior das hipóteses, não haverá mais o dinheiro tão fácil para Argentina, Cuba e Venezuela, como acontecia nos três primeiros governos.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/o-grande-vencedor-da-noite-foi-o-bolsonarismo


            Até a Indonésia nos dá lição de moral, demitindo chefes incompetentes, aqui ficaria por debaixo dos panos ou, se fosse o caso, o responsável seria transferido para servir a algum aliado político.

https://www.maisgoias.com.br/chefe-da-policia-e-demitido-apos-tragedia-com-mortos-e-feridos-em-estadio-na-indonesia/


            Precisa falar mais? Está mais do que desenhado.

https://youtube.com/shorts/gIvqFz1fcM8?feature=share


Sua Sobrevivência


            Mas para muita gente ela deixou de ser trabalhadora para ser opressora que vive de pernas para o ar enquanto o proletário trabalha e dá tudo para seu lucro.

https://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2022/10/01/deia-lopes-restaurante-tapioca-bahia.htm


            Liberdade, confiança e ousadia; o Brasil não tem a primeira e peca nas outras duas justamente pela falta da primeira.

https://www.infomoney.com.br/economia/pmi-industrial-dos-eua-avanca-a-52-em-setembro-e-supera-leitura-previa/


            Não fosse a corrupção das forças armadas, Erdogan já teria caído. Incompetência para gerir um país ele já provou que tem, mas é hábil em disparar contra civis desarmados.

https://www.infomoney.com.br/economia/inflacao-ao-consumidor-na-turquia-acelera-para-835-em-setembro/


            Mais combustível de alta octanagem para os monarquistas. Uma das metades de verdades que se recusaram a nos contar na escola.

https://www.infomoney.com.br/economia/pib-brasileiro-no-seculo-20-pode-ter-sido-menor-que-o-divulgado/


            O Estado fazendo estadices consigo mesmo. O que vai acontecer aos responsáveis, adivinhem? Isso mesmo! Absolutamente nada!

https://www.infomoney.com.br/economia/ibge-estende-prazo-de-coleta-de-dados-do-censo-2022-por-falta-de-pessoal/


            O problema não é enfrentar, mas como enfrentar esse quadro; fabricando papel-moeda para ajudar ditaduras ou sabendo que a próxima geração pode não ter como saldar a dívida. Os mais de quatro trilhões que deixaram para o actual se virar estão em cinco, Deus sabe como não piorou ainda mais.

https://www.noticiasaominuto.com.br/politica/1950908/analistas-estrangeiros-nao-esperam-grande-avanco-no-lado-fical-pos-eleicoes


            Desde a rota da seda que não existem mais economias isoladas, todas dependem umas das outras. Se uma empresa mesmo estatal fizer a brincadeira de se isolar, perde o financiamento estrangeiro, certamente até mesmo o nacional.

https://www.noticiasaominuto.com.br/economia/1951073/petroleo-por-preco-melhor-opep-avalia-cortar-producao-em-mais-de-1-milhaobpd


            A França é altamente protecionista e já recessiva, não conta. A preocupação é com a Alemanha, que tem sustentado aquele pardieiro e já anda mal das pernas.

https://jovempan.com.br/noticias/mundo/inflacao-na-zona-do-euro-chega-a-10-pela-primeira-vez-na-historia.html


            A causa do problema falando de seus próprios efeitos. Vai morrer gente de frio e eles vão se perguntar como isso terá acontecido.

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/329154-reino-unido-corre-risco-significativo-de-escassez-de-gas-neste-inverno-diz-orgao-regulador.html#.Yzsb8djMLIU


            Não sei de onde essa gente tira esse optimismo...

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/329165-reuters-melhora-de-perspectiva-fiscal-apos-1-turno-e-impulso-para-o-real-mas-caminho-pode-ser-acidentado.html#.YzseZ9jMLIU


            Se os europeus e chineses comessem menos açúcar, o etanol seria vantajoso em todo o país, mas vá dizer isso aos baluartes do bom exemplo!

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/sucroenergetico/329157-mercado-do-acucar-recua-forte-nesta-tarde-de-2-apos-estimativa-de-superavit-global.html


            O oba-oba ébrio da energia de impacto zero acabou, e a conta chegou. Solução imediata: carvão, mas... 

https://executivedigest.sapo.pt/crise-energetica-faz-com-que-precos-da-luz-possam-disparar-mais-de-300-em-algumas-empresas/


            O dinheiro dos alemães está acabando até mesmo dentro da Alemanha. Ou eles páram de colocar cabresto na população, ou o terceiro mundo vai trocar de lugar.

https://eco.sapo.pt/2022/10/03/governo-corta-nos-descontos-do-isp/


            O ouro tem ficado muito caro, mas com essa demanda a prata não demora a subir demais, piora sendo ela uma matéria-prima vital da indústria de tecnologia.

https://executivedigest.sapo.pt/prata-dispara-7-e-regista-a-maior-subida-desde-fevereiro-de-2021/


            Pelo menos essa não vai dar vexames típicos de sub-celebridades, pelo menos não até algum hacker invadir o sistema e ... já entenderam.

https://www.jornaldeblumenau.com.br/n.php?ID=31622&T=marca-de-moda-infantil-lanca-avatar-influencer-nas-redes-sociais


Carros


            Honesto, preço exequível e pensado para a família. Esse Tata com nome de pestinha da terceira série faz falta aqui. Quem sabe o eventual sucesso da Bajaj resolve isso.

https://www.greencarreports.com/news/1137315_tata-launches-a-10-000-electric-car-for-india


            E aqui o Tata Tiago numa matéria em português.

https://insideevs.uol.com.br/news/613170/tata-india-carro-eletrico-barato/


            Quem não tem ônibus, caça com Kombi.

https://www.uol.com.br/carros/videos/?id=vivendo-sobre-rodas-encontro-reune-mais-de-600-motorhomes-raiz-0402CC1B3370E4817326


            Que comecem logo a fabricar e possam sobreviver ao desmoronamento do regime, quem ficar por lá vai afundar com o estouro das bolhas.

https://autopapo.uol.com.br/curta/byd-inaugura-concessionaria-bh/


            Pneu maior em carro não adaptado, e isso custaria muito caro, é como andar com perna de pau em piso encerado, daí usarem as cafonas rodas grande e largas com pneus de ombros baixos em carros que não precisam deles. Deixem isso para pesquisadores e ricaços com muito tempo ocioso.

https://autopapo.uol.com.br/blog-do-boris/pneu-maior-que-recomendado/


            É raro encontrar quem preserve maquinário agrícola, especialmente num país que tem nos carros um símbolo de status mais do que uma alegria útil.

https://motor1.uol.com.br/features/613761/historia-trator-massey-ferguson-67anos/


            Maldita Stelantis!!! Está tentando matar a marca que simplesmente sustenta todo o grupo!!!!

https://www.noticiasautomotivas.com.br/jeep-wrangler-ecodiesel-saira-de-cena-nos-eua/


            Eu ainda preferiria um sedan de alto nível, mas eu não sou todo o mercado e provavelmente ele vai fazer sucesso na hotelaria.

https://insideevs.uol.com.br/news/613960/byd-d1-carro-eletrico-entregas/


            "Cheio de personalidade" onde? Ele faz uma careta, isso não é ter personalidade! Se feiura fosse personalidade, o Dobló seria um clássico.

https://www.autoo.com.br/toyota-corolla-muda-no-japao-e-troca-motor-turbo-por-aspirado/


            Vai acabar com os barulhentos? Não! Vai aumentar a arrecadação? Sim! Eles arranjam as ruas paralelas para infernizar a vida alheia, o estado não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

https://autopapo.uol.com.br/curta/radar-multa-ruido/


            Confiabilidade já não vende sozinha, Toyota, ou o Fusca ainda seria fabricado em praticamente todos os países do mundo, inclusive no Japão.

https://carroscomcamanzi.com.br/teste-do-toyota-yaris-hatch-xs-2023/


            Não vi absolutamente nada nessa motoquinha que ameace a Vespa. Tem uma construção cara e é muito menos confortável, e já se esqueceu da Lambretta.

https://www.motoo.com.br/bandit9-nano-a-insana-scooter-eletrica-anti-vespa/


Aviação


            Um dos países que se deixaram seduzir pela armadilha de crédito fácil do PCC, será mais um empréstimo fácil para se enforcarem.

https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/nigeria-pode-encomendar-novo-aviao-comercial-chines.html


            Países Ladeira Abaixo. Ao contrário do que os próprios holandeses acreditavam sobre sei país.

https://aeroin.net/inaceitavel-e-o-que-diz-a-klm-sobre-a-nova-decisao-do-aeroporto-de-amsterda/


            Mimimi de gente desacostumada a ser contestada. Aliás, é um dos motivos de eles geralmente não gostarem do ocidente.

https://aeroin.net/estudo-pede-que-icao-crie-regras-que-impecam-o-publico-de-rastrear-voos-em-tempo-real/


            Isso não é fraqueza, é transparência. Só ditaduras ocultam seus erros. Aqui o cidadão sabe no que seu suado dinehirinho está sendo empregado.

https://www.aeroflap.com.br/usaf-aterra-mais-de-110-c-130-hercules-por-problemas-nas-helices/


            Porta de entrada de brasileiros para o restante do país, não a fronteira com o México.

https://www.airway.com.br/florida-vira-salvacao-das-companhias-aereas-durante-o-verao/


            A desbundamolização forçada da Europa. Agora temos uma segunda geração se formando e atritando com os noiados utopistas que infestam esse início de século.

https://www.cavok.com.br/aliados-da-otan-ajudam-paises-nordicos-a-patrulhar-instalacoes-de-petroleo-e-gas-apos-incidentes-no-nord-stream


            Trudeau se lasqueau, não tem amis a pandemia para dizer "se eu sair, vocês morrem", a repressão e a inflação vão acabar com a carreira adjeta do Fidelzinho.

https://www.panrotas.com.br/aviacao/aeroportos/2022/10/toronto-pearson-canada-aumentara-taxas-aeroportuarias-em-2023_192259.html


Ciência e Tecnologia


            Raios me partam! Vovó tinha razão! Alguém cubra os espelhos!

https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/10/03/e-seguro-tomar-banho-durante-uma-tempestade.htm


            Os anúncios já não são o bastante. Claro que qualidades maiores demandam mais espaço e mais custos, mas eles vão usar isso cedo ou tarde como instrumento de censura.

https://olhardigital.com.br/2022/10/03/internet-e-redes-sociais/youtube-proibe-recurso-famoso-para-sua-versao-gratuita/


            Se não precisasse, eu passaria uma semana sem acender uma lâmpada sequer, mas um adulto não pode se dar a esse luxo.

https://olhardigital.com.br/2022/10/03/internet-e-redes-sociais/pesquisa-maioria-das-pessoas-nao-conseguem-passar-o-dia-sem-internet/


            Os ladrões vão amar! Eles e as moças que oferecem os cartões da C&A, ambos vão pular sorrateiramente da invisibilidade antes que a vítima se aperceba.

https://gizmodo.uol.com.br/empresa-britanica-lanca-prototipo-de-jaqueta-invisivel/


            Com a devida camuflagem, isso pode servir bem na Antártida. O uso científico e militar na Terra pode perfeitamente baratear esses abrigos espaciais.

https://gizmodo.uol.com.br/casa-marciana-que-simula-moradia-de-futuros-astronautas-e-inaugurada-na-inglaterra/


            Algumas mortes não delituosas mostram o quando a natureza pode ser cruel, a ponto de dar inveja a psicopatas de último grau. A natureza não é, nunca foi e nunca será boazinha, ela não tem essa obrigação.

https://www.msn.com/pt-br/saude/saudebucal/as-maneiras-mais-dolorosas-de-morrer-de-acordo-com-a-ci%C3%AAncia/ss-AAWaSQH?ocid=ob-fb-ptbr-all-verticals&fbclid=IwAR3WV0IOPfS-k8PhpJRQAtxpsyp0ZOn21bS7fd-teF6triTiL8SjVhi4lUg


            Os fabricantes de sex dolls vão adorar isso. Mesmo que Musk se recuse a vender para eles, basta um comprar e a tecnologia será copiada a contento.

https://www.noticiasautomotivas.com.br/tesla-optimus-e-revelado-e-aparece-em-fabrica-de-carro/


            Como? Pergunto simplesmente "como"? Vão trancar o algoritmo em uma cadeia virtual? Essa gente ainda não saiu da era da tipographia, não sabe como funciona um algoritmo.

https://www.tecmundo.com.br/mercado/248902-europa-atualizar-lei-responsabilizar-ias-danos-causados.htm


            Se sua conexão cair nesta terça, pode não ser culpa da operadora. Não desta vez.

https://olhardigital.com.br/2022/10/03/ciencia-e-espaco/terra-pode-ser-atingida-por-tempestade-magnetica-nesta-semana/


            Horário de verão no Brasil é como horário de inverno na Islândia, só complica a vida de todo mundo sem trazer resultados plausíveis.

https://olhardigital.com.br/2022/10/03/ciencia-e-espaco/volta-do-horario-de-verao-novos-estudos-serao-apresentados-nesta-semana/


            O mercado de cabos ainda é uma selva, muito pela burrice da maioria e da arrogância elitista de certas marcas.

https://tecnoblog.net/noticias/2022/09/30/usb-if-vai-usar-novos-selos-para-tentar-resolver-bagunca-dos-padroes/


            Isso não é brincadeira! Vai chegar o momento em que tudo o que for electrônico vai pelo menos falhar na pior hora possível, como durante uma cirurgia. Façam back-up de tudo o que for importante.

https://canaltech.com.br/espaco/grande-explosao-solar-causa-blecaute-de-radio-em-todo-o-territorio-dos-eua-226621/


            Mimimi de quem não quer que o cidadão decida por si a sua vida. Ninguém está obrigando essas pessoas a aceitarem o trabalho, além delas mesmas com seus compromissos assumidos.

https://tek.sapo.pt/expert/artigos/portugal-esta-sob-ataque-de-paises-mais-ricos-que-descobriram-que-conseguem-facilmente-contratar-talento-portugues-para-continuar-a-viver-por-ca


Mundo Absurdo


            Qualquer que não saiba controlar os próprios filhos, responsabiliza os outros pelo que eles fizerem. Alguém já processou um traficante?

https://olhardigital.com.br/2022/10/03/internet-e-redes-sociais/mulher-processa-facebook-e-instagram-por-serem-viciantes/


            Erros que podem custar muito caro ao país, e em alguns lugares são relevados. O problema não é a urna, mas quem a opera.

https://omunicipioblumenau.com.br/video-mesario-erra-e-habilita-outra-pessoa-votar-no-lugar-de-jovem-em-blumenau/


            E do jeito que tratam as ruas, tratam as urnas...

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-10/eleicoes-2022-lixo-recolhido-nas-ruas-do-rio-de-janeiro-sobe-50


            Mas que Fanfarrão Desrespeitoso Pândego! Nem políticos estão a salvo da politicagem de seus próprios aliados.

https://www.itatiaia.com.br/colunas/lucas-ragazzi/2022/10/03/candidato-a-senador-em-mg-some-de-resultado-final-nas-urnas-apos-suplente-renunciar


Gordice


            Torta de sem gosto com goiabada, pelo menos emagrece.

https://www.msn.com/pt-br/receitasebebidas/noticias-e-receitas/torta-de-ricota-com-calda-de-goiabada-%C3%A9-op%C3%A7%C3%A3o-deliciosa-para-a-sobremesa-veja-o-passo-a-passo/ar-AA12pDuN?ocid=msedgntp&cvid=c10320491bdc4b748fa897869d24c86c


            Almôndegas!!!!!!!

https://www.msn.com/pt-br/saude/nutricao/diferentes-e-irresistiveis-alm%C3%B4ndegas-de-frango-com-molho-barbecue/ss-AA12tiPe?ocid=msedgntp&cvid=a689c72da6914872a45c6d15367d59ad


            Isso tem tantas calorias, que a pessoa fica até inflamável.

https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/receitas-pratos/queijo-camembert-envolto-em-jamon-iberico-e-massa-folhada-geleia-de-figo-e-pistache/


            Não é por falta de escolha e tutorial que sua refeição vai acabar sem arremate.

https://www.msn.com/pt-br/saude/nutricao/10-sobremesas-f%C3%A1ceis-e-r%C3%A1pidas-com-apenas-2-ingredientes/ss-AAX2Cs0?rc=1&ocid=winp1taskbar&cvid=071082b5c014436ba733337902176a23


            Coisas que valorizam uma ceia natalina.

https://www.msn.com/pt-br/saude/nutricao/30-receitas-deliciosas-que-exaltam-um-rolo-de-massa-folhada/ss-AA12xlIH?ocid=msedgntp&cvid=6e47916813184f25878026ef21a2d8f7


            Torresmo está caro? Frite macarrão!

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/degusta/pururuca-de-macarrao-receita-de-salgadinho-caseiro,898903bd7ade41d87e83abaf05b79f64q6gdw1uh.html


Geral


            Instituto de pesquisa é uma das muitas coisas que simplesmente não funcionam neste país. Dados confiáveis indo a público não interessam a muita gente.

https://br.noticias.yahoo.com/diferenca-realidade-projecao-votos-institutos-de-pesquisa-110904547.html


            A fauna bizarra que vai para a câmara estadual. Acreditem, ao vivo nem aprecem deputados.

https://www.maisgoias.com.br/eleicoes-2022-veja-quem-sao-os-41-deputados-estaduais-eleitos-em-goias/


            Ele ainda não aprendeu que Goiás é o Estado mais nó cego na união para um candidato a deputado conseguir votos.

https://www.maisgoias.com.br/pesquisas-intencionalmente-erradas-me-prejudicaram-afirma-gustavo-mendanha-apos-derrota/


            Gratuita o caramba! Vá porque seus altos impostos já pagaram por isso. É um dos poucos eventos de boa música neste século e sua entrada já está paga. Acesso livre não é gratuidade, outra pessoa já pagou mesmo sem saber.

https://www.maisgoias.com.br/semana-da-musica-em-goiania-promove-recitais-e-atividades-gratuitas-para-o-publico-de-3-a-7-10/


            Aquele fulano em quem vocês jamais votariam, mas se camuflou na figura do suplente, ele vai assumir.

https://diariodegoias.com.br/eleicao-para-deputado-estadual-mexe-com-estrutura-da-camara-dos-vereadores-de-goiania/


            Pouco importa, é linda em qualquer tempo.

https://www.jornaldeblumenau.com.br/n.php?ID=31741&T=segunda-feira-de-predominio-de-sol-com-chance-de-chuvisco-nos-extremos-do-dia


            Quase neve em Minas Gerais! Parece lindo, mas esse gelo mata.

https://www.itatiaia.com.br/editorias/cidades/2022/10/03/neve-em-minas-video-impressionante-mostra-rodovia-fernao-dias-tomada-por-gelo-nesta-segunda-feira


            Mai comé que vô chegá no trabai?

            Andano, uai! É logo alí, ó!

https://www.itatiaia.com.br/editorias/cidades/2022/10/03/paralisacao-total-metro-de-belo-horizonte-nao-vai-circular-na-quarta-e-quinta


            O Fausto Silva muito antes da Gleba, apresentando o grupo Metrô, na Record. A qualidade do vídeo não é das melhores, mas é boa o suficiente e o som é limpo

https://www.youtube.com/watch?v=xikazpgOAjk

07/09/2022

O valor das coisas e do trabalho

De 0 a US$1.000.000,00 em menos de vinte anos.

             Em 1969 A Chrysler fez uma aposta muito ousada, não porque queria, mas porque o regulamento da NASCAR exigia uma produção mínima para um carro poder competir, na época e ainda por muitos anos só carros que o cidadão pudesse tirar da concessionária e ir dirigindo para casa poderiam ser homologados na categoria. Daí nasceram os gêmeos de suas subsidiárias Dodge Daytona e Playmmouth Superbird. Autênticos representantes da escola americana de esportivos, esses muscle cars na época ultrapassavam a então altíssima marca de 250km/h, quando chegar a 200km/h já fazia o motorista sentir-se em um foguete. A cereja do bolo, entretanto, vinha nas versões especiais, com preparação de corrida, verdadeiros monstros que passavam dos 320km/h, marca que os outros carros de rua lavaram mais de vinte anos para bater. Pela referência ao Papa-léguas da Warner Bross, e seu apelo mais jovial, o Road Runner, que é o nome original da ave, sempre foi mais popular. De quebra a aerodinâmica foi planejada em conjunto com a NASA e até hoje é muito superior à da maioria absoluta dos carros do mundo, de rua ou de competição. Com o lema de "vença no domingo e venda na segunda", as expectativas eram muito altas para a dupla, que era relativamente cara, mas nem de longe via os preços absurdos cobrados pelos esnobes e pouco confiáveis europeus bipostos, cuja única argumentação de verdade era a exclusividade.


            Infelizmente as coisas não saíram como planejado. O visual muito exótico para o gosto americano da época não ajudava, embora não tenha sido decisivo. O consumo de combustível era muito alto mesmo para os padrões da época, fazer 2km/l na cidade já fazia o dono se dar por satisfeito, mas isso sozinho também não seria motivo para o fracasso retumbante. O maior problema não era eles não serem bons, eram excelentes, verdadeiras maravilhas da enxuta e espartana engenharia americana, eram na verdade bons demais, a ponto de eles terem ameaçado o interesse do público pela NASCAR. Se houvesse mais de dois Superbird na competição, por exemplo, os outros competidores poderiam esquecer o pódio. A Chrysler produziu dois foguetes a pistão que facilmente deixavam os mais velozes dos outros comendo poeira, os responsáveis não tiveram outra escolha para salvar a categoria além de mudar as regras e assim tirar Daytona e Superbird do páreo. Não bastasse esse golpe duro, as seguradoras simplesmente se recusavam a fazer apólices para carros tão rápidos e velozes que estavam disponíveis a qualquer cidadão de classe média. Não era como um Porsche, cujo peço absurdo de sua grife limitava sua população, eram carros feitos para as massas. Em muitos Estados americanos um carro até pode rodar sem placa por alguns meses, mas jamais sem seguro, especialmente na Califórnia, que ainda é o maior consumidor automotivo dos Estados Unidos. Se eu não posso tirar o carro da garagem para ir ao supermercado, por que o compraria?


            Os Daytona e Superbird chegavam a ficar dois anos parados nas concessionárias, mesmo com promoções absurdas, feitas só para desovar o estoque e liberar o pátio. O resultado, além do prejuízo enorme, é que o primeiro carro feito em colaboração com a NASA valia, da noite para o dia, absolutamente nada. Valia alguma coisa como matéria-prima de siderúrgica, absolutamente nada como carro. As crises do petróleo puseram uma pá de cal na corrida dos cavalos, fenômeno causado pelo gosto do americano por motores cada vez maiores e mais potentes, enterrando de vez os investimentos nos dois bólidos. Vejam bem, o trabalho absurdo de dimensionamento e refinamento de duas máquinas que tinham tudo para serem clássicos instantâneos passou a valer zero. Pelo menos três anos de trabalho duro de milhares de pessoas, que chegaram a resolver os problemas mais crônicos de confiabilidade de um motor que era absurdamente poderoso, mas tendente a se autodestruir por superaquecimento, agora valiam zero. Centenas de milhões de dólares na época valiam, repentinamente, zero. Enquanto os outros muscle cars com haras muito menores continuavam recebendo encomendas e mantinham seus valores, os dois ápices da espécie valiam zero. Todo o trabalho estava lá, os carros cumpriam com o que prometiam e seu alto consumo era até razoável para o desempenho que forneciam, fora o facto de levaram a família toda e sua bagagem, coisa que nem sonhando um europeu "puro sangue" conseguiria, mas eles valiam zero.


            Na virada do século, porém, o interesse por eles ressurgiu como não surgira na época de seu lançamento, então um monte de sucata abandonada no mato já valia facilmente dez mpouco tempo depois um Superbird em perfeitas condições não trocaria de garagem por menos de cento e cinqüenta mil dólares, já as versões especiais pedeíam mais do que os duzentos e vinte mil dólares de cotação, era preciso convencer o proprietário de que não é uma idéia de jerico desfazer-se de seu agora sim clássico; um foi recentemente leiloado por mais de, segurem-se na cadeira e peguem fôlego, cerca de US$1.600.000,00! Se os carros são os mesmos, o desempenho é o mesmo e ainda há outros sendo descobertos e restaurados por aí, o que explica esse preço? A resposta é o interesse. Não acredito que essas cifras durem por muitos mais anos, mas não espere chegar com muito menos do que isso e sair dirigindo um Superbird. Agora as pessoas não só aceitam pagar, como pagam sorrido essas pequenas fortunas pelo que há menos de vinte e cinco anos não valia seu peso como sucata. Não foi uma grande corporação e nem uma nação dominante que definiu isso, foi o interesse das pessoas, sua admiração espontânea pelos modelos que os fez valorizar tanto. Então cai por terra a tese pueril de que uma empresa põe o preço que quiser em seus artigos.


            Mudando de exemplo, imaginem uma tonelada de pedregulho, pedrinhas de riacho. Bonitinhas, arredondadas, todas amontoadas em um monte. Experimente de sua própria iniciativa, carregar essa tonelada de pedras para um lugar que lhe seja mais conveniente. Vai levar muito tempo, algumas pedrinhas vão se perder e terão que ser encontradas, mas é um trabalho possível. Ajuda muito se usar dois baldes não grandes demais, pois isso arruinaria sua coluna e aceleraria sua fadiga. Se ao fim do serviço não estiver satisfeito, sendo de sua vontade podes realocar a tonelada de pedregulhos para outro lugar, até mesmo para o original. é um trabalho árduo e com o tempo seria os métodos de empilhamento seriam aperfeiçoados. Agora a pergunta de um milhão: quanto vale esse trabalho? Difícil de calcular? Então vamos a outras: Quem pediu para fazer isso? O que foi combinado? Resolveu que problemas? Além do ganho de massa muscular, se tiver feito o trabalho com a parcimônia necessária, eu lamento informar que seu trabalho vale absolutamente nada. Não importam sua dedicação, seus ferimentos, seu tempo e nem mesmo o desapego para tê-lo executado, mover uma tonelada de pedregulhos sem deixar um sequer perdido, vale absolutamente zero. Seu prejuízo, descontando a maior força muscular resultante, foi de 100% do capital investido... se os baldes forem seus, porque se tiver se endividado para a empreitada, eu lamento.


            Não importa o quanto tenha investido em um trabalho, seja para fazer um producto, prestar um serviço, oferecer entretenimento, o que seja! É o consumidor que vai dizer que quer ou precisa daquilo o suficiente para pagar pelo preço pedido, afinal o dinheiro é dele, fruto do trabalho dele, ele diz se troca ou não uma parcela do trabalho que teve pelo trabalho que está sendo oferecido. Daí idéias muito boas nem sempre virem ao mercado, porque o público-alvo não está disposto a pagar por elas, não pelo preço mínimo que o idealizador pode vendê-las. Algum tempo depois alguém descobre um meio melhor de fazer ou de oferecer essas idéias, de modo que entrem na faixa de preços exequíveis ou atendam a um público que se disponha a gastar mais. Não adianta apelar para o Estado, ele não tem dinheiro! Tudo o que entra em seus cofres é tirado à força da mesa do cidadão que paga impostos. A pessoa não escolhe contribuir para o erário, é coagida a isso. Ao contrário de épocas de grande crise, como a segunda guerra em que todo mundo comprava voluntariamente bônus de guerra para ajudar a derrotar o Eixo, não há virtualmente motivos para uma pessoa tirar da boca de seus filhos para dar a uma gigantesca onerosa burocracia, isso a faz dar mais valor àquilo que quer fazer por si, daí a indústria de entretenimento e os alimentos recreativos serem tão valorizados, mesmo que nem sempre sejam saudáveis.


            Cito o caso ocorrido há cerca de vinte e cinco anos, na Praça Coronel Joaquim Lúcio, aqui no Setor Campinas, quando um desses artesãos de rua começou a pedir uma passagem de ônibus para o centro, ou para Goiânia como alguns campineiros ainda falam, sem obter êxito. Ele ofereceu qualquer um de seus artesanatos em troca da passagem, todos eles bijouterias feitas com penas, pedras e resinas. Eram até bonitos, mas absolutamente não interessavam aos presentes nos dois pontos de ônibus da pracinha. Aquelas pessoas estavam em sua maioria muito ocupadas com seus afazeres, provavelmente com o dinheiro contado para as despesas da jornada, eu mesmo não conheço ninguém que usaria aquele tipo de enfeites, então ele não conseguiu a passagem que queria. Ficou triste e desolado, certo? Errado! Ele começou a gritar e xingar, chamando repetidamente todo mundo de hipócrita, alegando que não queria passagem de graça, que pagaria com o trabalho exposto no tecido que servia de mostruário. O problema, além de ele ter intimidado e afastado a potencial clientela com sua agressividade discursada, é que ninguém realmente se interessava por aquilo, mesmo os que porventura pudessem pagar o que pedia não estavam dispostos, ainda mais após a saraivada de ofensas bradadas por alguém que parecia acreditar que as pessoas eram obrigadas a comprar o que ele produzia. Nem restaurantes, que oferecem artigos de primeira necessidade, agem assim. Se em princípio, para aquele público, o trabalho dele valia zero, a partir daquele momento o valor de sua presença era negativo. Assim como com os bólidos já citados, não foi uma entidade burguesa que definiu o valor negativo do que era oferecido de modo rude, eram as pessoas que então não queriam nem ver a oferta.


            Da feita que não é o custo, seja lá em que padrão ele seja medido, que define o preço final possível de uma oferta, então meus amigos a teoria pueril de que existe um valor intrínseco em todo trabalho é completamente falsa, fruto de uma análise rasa de pessoas que em verdade nunca pegaram no cabo de uma enxada. Sim, eu já fiz isso, já fui até servente de pedreiro, já limpei até fosse séptica. Por isso gente externa à negociação raramente consegue avaliar o valor de uma oferta, via de regra não consegue avaliar direito nem mesmo os custos, que ao contrário do que a maioria pensa não são fixos, variam ao sabor até mesmo das intempéries, mesmo uma eventualidade que agilize ou precarize a logística pode alterar esses custos, e mesmo assim eles nem sempre podem ser repassados. Da mesma forma uma vaga pode ficar meses em aberto porque o público-alvo da oferta considera os termos envolvidos muito aquém do que deveriam ser; nem sempre é por "vagabundagem", embora eu conheça casos, na maioria das vezes o pagamento e os benefícios não cobrem o mínimo esperado. Na verdade, comprar um carrinho de pipoca ou pegar um de picolé para vender pode render mais do que a maioria dos empregos mais simples, que por conta disso estão empregando robôs, como as vending machines que infestam cada esquina de Tóquio. Custo e remuneração é que definem se um negócio sobrevive ou não, porque só quitar as contas não basta, as pessoas que investiram seu tempo e seus recursos materiais, precisam sair felizes assim como o cliente precisa sair feliz com o que tiver adiquirido.


            O valor intrínseco não existe nas relações materiais, ele é meramente moral e afetivo. Seu emprego em relações comerciais se deu por um erro de cálculo de pessoas que usaram a si e sua posição social como parâmetros para uma equação que deu zero, como se houvesse simetria e perfeição possíveis nas relações mundanas; não há, é tudo muito mais pessoal e menos racional do que sugerem os manuais catedráticos. Muito dessa mentalidade surgiu quando eclodiu a revolução industrial e as pessoas migraram em massa para as cidades, então a imprensa e os, vamos chamar assim por falta de outros adjetivos não ofensivos, intelectuais começaram a enxergar pessoas e condições de vida que simplesmente não conheciam, pelo facto de que jamais se preocupavam e ainda não se preocupam realmente em saber o que existe fora de seus mundinhos particulares. Analisar uma situação nacional pelas condições que ocorrem em seu bairro até faz sentido em um primeiro momento, mas tudo isso rui a medida em que o tempo passa e as condições naturais mudam, e uma análise real demanda uma capilaridade que grandes organizações rígidas são incapazes de ter, assim como uma grande locomotiva de modo algum consegue fazer entregas de porta em porta. Ainda que se construam duas fábricas idênticas em tudo, a diferença de localização e as diferenças pessoais entre os funcionários de ambas ditarão custos diferentes, e só cada uma vai saber como equacionar sua fração de realidade. Mais do que isso, as partes precisam inspirar confiança mútua, se não houver essa confiança o negócio simplesmente não acontece, não importa o quão vantajoso pareça, e isso sempre varia de pessoa para pessoa; como o investidor que nem olha para promessas absurdas e o trouxa que vai torrar eu patrimônio de novo em mais uma pirâmide, enfim ... Não pode e não tem como dar zero, funciona se perder um pouco agora para ganhar depois, é como respirar, consome-se energia para fazer a troca voluntária de dióxido de carbono por oxigênio, em movimentos alternantes.


            O conceito de valor intrínseco e tudo que dele deriva, inclusive a malfadada "mais valia", embora faça sentido a quem não se aprofunda no inferno invernal das análises de causa e conseqüência, simplesmente não existem.

24/07/2022

Só pensando com meus botões. Trabalhar no verão e descansar no inverno.

Imagine chegar mais cedo e ser recebido assim.
1950s-60s


             Não existe um tempo realmente certo para se tirar férias ou folgas prolongadas, primeiro porque a civilização geralmente nos provê o necessário para escolhermos quando isso vai acontecer, segundo porque essa mesma civilização precisa de nós tanto quanto nós dela, por isso essa escolha precisa ser bem pensada e feita com alguma antecedência sem garantias de que não haverá prejuízos De qualquer forma, é imoral que nos deixem morrer de fome, então com maior ou menor presteza haverá algum socorro; não espere por isso em comunidades isoladas, elas são tão restritas que quando um membro precisa parar, todos os outros sentem o peso e todos padecem junto em maior ou menor grau. Em uma comunidade isolada, ou mesmo no caso de eremitas, o que dita a época de trabalho e a época de descanso é o clima. Em época de fartura, trabalha-se duro para prover o necessário, reparar eventuais danos inclusive à saúde, reforçar a despensa e planejar a próxima estação restritiva, quando o repouso compulsório para a preservação dos recursos amealhados se dá.


            Era mais ou menos assim a até não muito tempo, na verdade até a revolução industrial muita gente nem sabia o que era um relógio, então não estranhava dormir mais no inverno do que no verão; provavelmente a maioria nem percebia esse fenômeno, simplesmente tratava de dançar de acordo com a música circadiana e ponto final. As coisas começaram a mudar quando deslocar-se deixou de ser algo de estrita necessidade à sobrevivência, e ser analphabeto não era mais uma "obrigação". As pessoas passaram a ler e escrever à luz de velas, sair para visitar alguém na primeira folga, coisas que incentivavam varar algumas horas além do ocaso. Com isso o hábito de dormir em dois turnos durante a noite, regra quase absoluta até a idade média, começou a dar lugar às horas corridas de sono. Foi um efeito colateral especialmente para a caótica era de reurbanização ocidental, quando sair para visitar alguém no fiofó da madrugada deixou de ser socialmente aceitável; isso é hábito medieval do sono de dois turnos. Para quem ainda não soube, na idade média as pessoas iam dormir com o sol, então sobravam horas de vida noturna que não cabiam no sono, então eles simplesmente tocavam a vida como se fosse dia, incluindo ir visitar pessoas no meio da madrugada, então voltavam para mais uma soneca. Imagine isso no inverno, com suas noites tão longas!


            Com o avanço dos meios de produção, que tornaram até um tecido caro como o algodão acessível aos mais pobres, as pessoas passavam a prestar mais atenção aos detalhes e não só ao conjunto, posto que sua sobrevivência agora dependia também disso, inclusive pelas novas regras sociais, por outro lado essas mesmas regras novas e sua fome por novidades deixaram as pessoas do povão cada vez menos parecidas, dando ao trabalhador braçal noções mínimas de individualidade. Embora as novidades tecnológicas da bélle époque ainda fossem inacessíveis, posto que eram tecnologias muito novas e com produção ainda consideravelmente rudimentar para se manter a qualidade em larga escala, antigos luxos como livros e relógios já não eram mais surpresas em casas pobres. As pessoas estavam mais cientes de si mesmas e de seu tempo disponível, então todas essas celebrações pessoais que temos hoje se alastraram. Já não se era mais um reles passageiro do tempo, já se era membro da tripulação, já se poderia fazer um mínimo para organizar a vida com relativa eficiência. Quando do advento das férias, com elas o hábito de viajar, que era reservado aos muito ricos e à extrema necessidade, a preferência especialmente setentrional pelo verão tornou-se mais cultural.


            Ficou quase que padronizado, o verão seria a época de se descansar e divertir, o inverno a de maior recolhimento mesmo com as actividades laborais ainda vigentes, primavera e outono seriam épocas festivas com ecos das tradições pagãs e tudo mais. O interessante disso é que justo nas épocas de maior fartura, as pessoas estão mais propensas a descansar. O irônico nisso é que do meio da primavera até o auge do outono temos a melhor época para acumular recursos e enfrentar os rigores invernais. Então seria o verão, com os bons efeitos da primavera ainda vigentes e as colheitas do outono se anunciando, a melhor época para fazer horas extras e não precisar trabalhar quando for mais necessário poupar energia. Aqueles memes que tratam o frio como tendo mais vida, deixam de lado por sua natureza satírica o facto de que o corpo trabalha mais para manter-se funcionando, com isso reclamando ingestão de mais calorias, que dão a sensação de saciedade que um quilo de brócolis não conseguem; dá um trabalho enorme digerir brócolis e, vai muita energia embora nisso. Assim consumimos os recursos que as fábricas fornecem, pois já há tecnologia mais do que suficiente para isso acontecer sem perda de qualidade, garantindo a quem precisa andar de ônibus uma subsistência mais confortável do que os ricos da baixa idade média tinham, até em casas de nobres a garantia de sobreviver ao frio era questionável. Um pobre de hoje pode ser mais rico do que os ricos de então, não romantizem tanto a idade média, na verdade ela era bem abaixo da nossa média.


            Ficou muito fácil produzir calorias de modo que não apodreçam em uma semana. Sim, a qualidade nutricional de um alimento industrializado é geralmente questionável, na maioria dos casos eles são alimentos recreativos, mas adivinha o que acontece se modificarem o sabor de uma barra doce para ser mais funcional do que saborosa. Ainda vai tempo até tudo ser saudável e saboroso sem custar os olhos da cada, até lá não subestime o poder de um refrigerante e suas altas doses de açúcar para quem está sofrendo de hipotermia e não tem outro recurso à mão. O facto é que essas calorias abundantes e baratas, com extensa validade, simplesmente não podem faltar em uma despensa de emergência, e um inverno rigoroso é uma emergência prolongada. Só temos algo parecido no Brasil na região Sul e olhe lá, não dura muito, mas enquanto dura ela castiga quem vive lá; admirar-se pela televisão com o espetáculo da neve caindo é coisa de gente tropical. Bem, se é fácil e barato produzir alimentos em plena era glacial provisória, imagine fazendo isso quando o clima é propício! Não que se deva parar no inverno, imprevistos ocorrem e precisam ser supridos, mas o ritmo biológico é naturalmente mais lento quando há menos luz, e em certas partes do mundo há mais de três meses de breu. Seria então mais econômico e até mais producente trabalhar mais nos meses mais quentes e confortáveis, para trabalhar uma ou duas horas diárias a menos no inverno, aproveitando mais a família e os amigos, bem como dedicando mais tempo à própria pessoa.


            Há de se pensar que o ocidental já é um trabalhador compulsivo, que passa horas no trânsito todos os dias, mas isso pode ser resolvido com planejamento, as empresas combinando de os operários da indústria de base entrar e sair uma hora mais cedo, por exemplo, mantendo esse escalonamento para as etapas econômicas consecutivas, bem como incentivar o quanto se puder o trabalho remoto. Nem tudo pode ser feito remotamente, não se desamassa um capô com planilhas e e-mails, mas boa parte da actividade intelectual pode, pelo menos uma parte da semana. Nisso se aproveitaria não só o clima favorável como também o dia mais longo para desestressar o trânsito em horários de pico. Com tudo propício para se produzir mais com menos dispêndio de recursos, com o calor e a luz solares incrementando o crescimento vegetal, animais engordando com mais rapidez, lâmpadas acesas por menos tempo, aquecimentos obrigatórios demandando menos energia e tudo mais, os custos de produção dos recursos necessários à época de escassez diminuiriam consideravelmente, pelo muito maior aproveitamento dessa janela energética. Nos meses consecutivos os preparos para o inverno incluiriam a redução gradual da jornada de trabalho, para facilitar a adaptação de nossos corpos que ainda são os mesmos da pré-história. A produção apenas para reposição e manutenção demandaria horas a menos de trabalho diário, dando às pessoas a serenidade que a estação demanda.


            Sim, é claro que é lícito entreter-se e esbaldar-se com a fartura veraneia, para isso se tem o excedente de produção, em nenhum momento eu disse o contrário. O que eu disse é que as estações mais claras e quentes são as melhores para se trabalhar mais e acumular recursos. E é este o ponto, porque as pessoas à amiúde querem aproveitar o dia mais longo para justamente aproveitar o dia, como se uma ou duas horas extras coletivas bem planejadas não o permitissem. Muito ajuda a manter essa mentalidade o cinema, que louva o verão como a estação do usufruto, como se pessoas não precisassem trabalhar duro para que alguns usufruam. Assim como a passagem da mentalidade laboral medieval para a moderna/contemporânea, não seria algo abrupto e impositivo, isso simplesmente não funciona. teria que ser incentivada a adesão voluntária ao modelo de cargas horárias cíclicas, em que se trabalha um pouco mais todos os dias nos meses quentes e o contrário nos mais frios, do modo mais gradual possível. Claro que o mesmo cinema que atrapalha aqui, ajudaria a incentivar essa adesão, da mesma forma como mostra o não trabalho como objectivo de vida.


            Decerto que nos países tropicais essa mudança seria bem menor e traria menos benefícios, fazer o quê? A economia gerada pelo resto do mundo, entretanto, seria benéfica para nós, que não precisando trabalhar menos nos poucos momentos de frio real que temos, venderíamos para eles o de que necessitam e, afinal, há artigos que simplesmente não são cultiváveis em zonas temperadas, não sem um custo abusivamente alto. Além do quê, não é para cá que eles viajam quando o inverno aperta lá? E esse mesmo inverno, com seu convite à introspecção e à meditação, tem tudo para se tornar uma época extremamente aprazível e romântica. Não, não estou apresentando uma agenda para impor e tampouco ordenando ao cancelamento de quem não aderir, meu grau de idiotice ainda é bastante baixo. Como diz o título, isto é apenas uma coisa que me veio à mente e que daria algo decente para publicar, mas também algo em que eu acredito, ou não teria me dado o trabalho de um dia inteiro dedicado a este labor. Desse modo nós deixaríamos de lutar contra o relógio, ele seria nosso aliado.