22/01/2022

Façam seu próprio doodle, se quiserem um




             Não é só aqui nesta porção do ocidente que as festividades de natal fazem a diferença, mito mais para o bem que para o mal, diga-se de passagem. Elas salvam as peles de muita gente no mundo inteiro, simplesmente porque a demanda comercial desta época gira a máquina econômica no mundo inteiro desde o início do século XX, desde a extração da matéria-prima bruta até a logística das encomendas. Não vou repetir aquela ladainha de condições de trabalho porque a mídia faz isso todos os anos sem o mínimo de graduação, e seus repetidores compulsivos alardeiam essas notícias execrando o natal sem JAMAIS fazerem absolutamente nada de concreto para melhorar as condições daquelas pessoas, pelo contrário, querem é destruir a única oportunidade certa de trabalho que muitos têm ao longo de um ano inteiro. Aceitar pagar mais para eles ganharem mais e viverem melhor? Não! Absolutamente não! Nem pensar! Qualquer coisa mais cara do que "de graça" para esses tipos é exploração pelo lucro. Mais do que isso, não só mais ideólogos neopentecostais que se metem nessa sanha utopista, tratando como pecado capital aquilo que na realidade salva milhões de mesas todos os anos, por três meses ou mais. Agora as ditas "big tecs", cujos rendimentos dependem das empresas que lucram alto, ou pelo menos se safam da falência nos meses que rondam o natal, também passaram a tratar ele e virtualmente TODAS as tradições cristãs como confissão de culpa; em resumo, aquele bebê recém-nascido já é culpado pelo que seu ancestral de 1650 possa ou não ter feito.


            Deixo claro que não sou contra, muito pelo contrário, que lembrem tradições de outras culturas, outras religiões, outros povos e até tragédias de comoção global. Quanto mais cultura, melhor. O típico e acomodado cidadão das Américas precisa mesmo saber que existem outras coisas para além de seus mundinho e suas fronteiras, e que as pessoas fora deles não são necessariamente alienígenas que se aproximam para dizer "phone... home..." ou qualquer outra coisa. Um doodle afim, por exemplo, é mais do que perfeito para lembrar e fixar isso na memória coletiva. Nenhum problema em lembrar do pessach e do ramadã, por que haveria? O problema é que por causa de "tradições históricas de povos historicamente oprimidos ao longo da história", povos esses que quase nunca chegaram aos locais em que estão de modo pacífico, às vezes nem poupando quem já estava lá, as estúpidas empresas de serviços virtuais de rede estão simplesmente desprezando as tradições justo dos povos que as sustentam. Falam em "multiculturalismo", mas são as primeiras a deixar claro que as milenares e nem um pouco mais culpadas do que as outras tradições do resto do mundo tradições cristãs, não têm lugar nesse mundo "multicultural". Isso não é de hoje. Só aceitam multiculturalismo com culturas dos outros, aquelas que os mantiveram vivos na juventude e os sustentam até hoje, não servem. Para muitas dessas culturas, aliás, o que eles defendem é pecado capital. Historicamente, mente muito mesmo!





            Há muitos anos, desde o começo do século (como podem ver clicando aqui) o Google se recusa de modo arrogante a fazer o doodle de páscoa. Também não é de hoje que essa gente tem medo patológico de polêmicas e desavenças, por isso mesmo prefere desabilitar uma busca, piorando ainda mais os serviços que nem de longe são os que eu conheci por muitos anos, do que assumir seus erros e acatar as demandas do público; não aquela gente que vive numa bolha e pensa que vai salvar a humanidade que odeia, mas o público mesmo, o montante tratado como ignorante e que na realidade sustenta todo o planeta. Se recusaram a fazer os doodles de páscoa, de semana santa, de natal e nada indica que esses cristofóbicos vão fazer algum para este ano. Fizeram para as festas NÃO CRISTÃS, celebrando prazeres, as diversões o vampirismo mútuo, mas nem pensar em lembrar o sentido original das celebrações que renegam. Isso não significa que não haja gente usando algo bom para fazer o mal, Hitler fez isso, Mussolini fez isso, Hirohito fez isso, Stálin fez isso, Mao fez isso, ninguém além de seus seguidores nega. No entanto, em vez de chamar as pessoas para o sentido mais nobre das celebrações ocidentais, se resumem a fingir que elas não existem, isso quando nas as demonizam. Chamar as pessoas para a partilha? Fazer lembrar o próximo em dificuldades? Mostrar que o presente é um meio e não o fim em si? NÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!!!!!!! É muito mais fácil, cômodo e divertido ser simplesmente contra e tentar fazer o mundo esquecer de suas origens. Apesar do que eles fazem parecer, existem sim altruísmo e filantropia sincera entre as pessoas mais tradicionais, não é nossa culpa terem escolhido lidar com as pessoas erradas.


            Vamos ser claros, nada na humanidade é perfeito, nada chega sequer a ser bom na maior parte do tempo, mas tem funcionado. Se não funcionasse, bestas, já estaríamos extintos, do jeito que seus mentores ideopatas querem, apesar de posarem como benfeitores filantropos altruístas. Se a SUA família é uma miséria que só existe para dar desgostos e depois finge que está tudo bem, o problema é SEU! Seu e de mais ninguém! Todas as famílias têm problemas e isso se estende até mesmo na natureza, não só no reino animal, mas até entre as plantas; uma semente que caia muito perto da árvore terá problemas. Bem ou mal, as famílias se protegem, protegem seus membros, os socorrem com podem e à amiúde deixam as diferenças de lado na hora da emergência. Essas cutucadas que vocês vêem em redes sociais são só isso mesmo! Ninguém ficaria junto, mesmo que de forma virtual, se um décimo do que os detratores dizem fosse verdade. Funciona! Funciona tanto que desde o século XVIII não é mais bem visto o comportamento bruto e cruel tolerado na idade antiga, desde o XIX não é mais bem visto comercializar pessoas, desde o XX não é mais bem visto tratar gente diferente como desmerecedora de dignidade. Isso tudo não foi conseguido por esses bocós de mula, foi feito pelos avós e bisavós que eles hoje desprezam e tratam como criminosos. Falam mal da riqueza sem abrir mão das fortunas rápidas que conseguiram com publicidade na internet. Nem vou repetir o que já digo há tempos sobre a tolerância que eles têm com ditaduras, enquanto censuram da forma mais sem-vergonha a opinião alheia, e tentam fazer doenças como obesidade e anorexia não serem vistas como doenças.





            Já faz tempo (ver aqui) que os descontentes buscam alternativas ao rebelde, com essa demanda os concorrentes surgem a todo momento e, é claro, a receita fica comprometida. Da mesma forma como deturpam as celebrações, usam dos mesmos expedientes para fazer o usuário acreditar que não pode viver sem eles, se baseando em facilidades, prazeres, vantagens e todo tipo de apologia à indolência, com isso fomentando o egoísmo que dizem combater. Mas contradições só a outra parte tem, a deles é bem intencionada e voltada para a preservação do meio ambiente, o mesmo que os países aos quais se curvaram moem e queimam todos os dias sem ninguém dar um piu. Pensando bem, a obra fala mais do que as palavras, então isso explica muita coisa! São reles fariseus digitais! Eles sabem no fundo que não servem para nada, vivem de enrolar as pessoas e tirar dinheiro dos incautos, vendendo cada passo e cada gesto seu na internet a quem pagar por isso. Então são até piores do que Judas! Ele fez aquela asneira acreditando que o pior não aconteceria, já aqueles o fazem sabendo que o pior vai acontecer! Se tu não pagas, não ajudas ou mesmo não encaminha a quem possa ajudar, então o serviço "grátis" cobra um preço bem alto! Pago o que posso, se não posso eu fico sem e continuo vivendo.


            O ditado "façam o que eu digo, não façam o que eu faço" é pouco, agora é "façam o que eu digo e nem olhem para o que eu faço" porque o risco de represálias é real. Eles querem que todos finjam estar em harmonia plena, que sejam submissos aos governos, que não vivam sem tirar os olhos de uma tela luminosa com acesso às redes sociais. Na verdade muita gente não consegue mais viver sem essas porcarias, precisamos urgente de um tratamento em massa de desintoxicação, nos mesmos moldes dos alcóolicos e narcóticos anônimos. Vá questioná-los para ver, vá! Se for nas redes sociais, o risco de punição e censura é quase uma certeza. Se for cara a cara, cosia que os covardes evitam a todo custo, virão com discursos prolixos de "uma discussão ampla e democrática" enquanto em seu meio a opinião (como, não gosto de funk carioca) é tratada e punida como crime hediondo e inafiançável. A única rede social electrônica confiável era a lista de contactos do telephone analógico, e olhe lá!


Nem Pedro me negou tantas vezes!



            Quanto aos doodles de páscoa, não queimem azeite procurando pelo que quase certamente não vão encontrar, façam vocês mesmos os seus. Eu sugiro até mesmo que os publiquem em seus perfis, enquanto ainda não forem censurados por "promoção da opressão às culturas secularmente oprimidas dos povos ribeirinhos dos desertos", mas sem alarde, apenas para que seus contactos vejam, compartilhem e se dêem conta de que não estão sozinhos, porque o bombardeio de desgraças que a mídia faz diariamente, os faz crer que estão. Vão alardear os preços dos ovos de páscoa, pegar o gancho para falar da inflação, tentar colocar na culpa do seu chocolate a causa da miséria nos países africanos cujos antigos líderes se alinharam aos soviéticos, mas sob hipótese alguma vão lembrar e insistir que algo de bom e repleto de esperanças pode haver ali, vão focar no consumo, te fazer sentir culpa por comer chocolate, enquanto embolsam os lucros dos anúncios. Esses doodles que aparecem neste artigo, são montagens que eu mesmo fiz no simples e arcaico paint brush. Se eu fui capaz de fazer, vocês tiram de letra.