03/10/2013

A cura, por quem está se curando



























Fátima Jacinto é razoavelmente conhecida na internet. Ela sofreu por muitos anos nas mãos de
um marido perverso, como tantos que estão pipocando em plano século XXI.

Ela aprendeu da forma mais penosa, que os filhos e a dependência financeira são as ferramentas mias usadas pelos canalhas, para a obtenção de prazer pelo uso do poder torpe. A quem não se deu conta, o prazer que certos "homens" buscam, nada tem a ver com a satisfação sexual. Eles sentem prazer em dominar e destruir a vida de suas vítimas. E contam com uma sociedade medíocre para apoiá-los.

Hoje ela está livre, mas as seqüelas de uma convivência doentia se materializou de várias formas, inclusive na de câncer de mama. Ou pensam que os hormônios perdoam seus carcereiros?

Há anos acompanho o trabalho dessa mulher tão digna e adorável. Por ela eu fiquei sabendo de sua luta pela vida, do sofrimento com os efeitos colaterais, inclusive com a indiferença das pessoas, que ainda vêem como culpada uma mulher que se livra das garras nojentas de um machista violento.

Pode parecer coisa do arco da velha, mas ainda hoje, muita gente vira as costas para uma mulher separada. Para esses, se o sujeito põe comida em casa e transa de vez em quando com a esposa, esta tem que se sentir a felicidade em pessoa, como se fosse vaca leiteira, para se contentar com pasto e curral.

Fátima não se arrepende de ter mantido o casamento pelos filhos, ela sabia que eles seriam a primeira vítima do ex-marido. Sim, meus amigos, filhos são apenas uma moeda de troca para os covardes, se não podem usá-los para manter o poder, usam-nos para infringir sofrimento. Ainda hoje é manchetes de jornais a respeito.

Se livrando de um algoz, vieram outros. O câncer de mama foi conseqüência das emoções que represou por anos, e veio acompanhado da falta de recursos. Se hoje é difícil conseguir tratamento completo e competente para câncer, na rede pública, imagine há vários anos!

Extremamente actuante nos canais de que dispõe, ela lançou recentemente o livro A Cura de Nossa Intimidade Ferida. Apesar de enfrentar desde sempre, severas restrições materiais.

Ciente de que veneno trocado não cura o envenenamento, Fátima Jacinto adopta uma oratória sem rodeios, mas madura e de reconciliação da pessoa consigo mesma, mostrando o quanto faz bem melhor deixar no passado as pedras afiadas nas quais pisou.

Não se trata de discurso politicamente correcto ou coisa afim, ela fala e demonstra com sua experiência pessoal, seus aprendizados, até mesmo com relatos de leitoras que se enxergam em suas palavras, encontrando nela alguém que pode orientá-las não só por literatura, mas também por experiência de vida.

Há uma distância enorme entre quem estuda e quem vive um assunto, Fátima Jacinto viveu e dá testemunho sereno de sua vida. Como uma mestra de verdade, ela não se furta o direito de aprender e repassar seu aprendizado, todos os dias. Não importa o quanto seus leitores se encantem com sua sabedoria, ela está pronta para receber maias conteúdo da vida.

Mas não são só mulheres que podem se beneficiar da leitura. Ela não fala para gêneros, fala para pessoas que sofrem e não conseguem enxergar, sozinhas, um caminho a seguir para sair do inferno emocional em que se encontram. Porque eu já disse, emoções represadas e câncer são aliados.

A linguagem dela pode incomodar as pessoas viciadas em competição, em aventura, em viver tudo aqui e agora na potência máxima. Infelizmente um mestre não chega ao coração de quem não está preparado para receber suas lições. Aos demais, ela tem uma linguagem madura, maternal, sóbria e até consoladora para auxiliar as pessoas.

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