- Seus funcionários são pessoas, não maquinários. Ao contrário destes, eles se aperfeiçoam com o tempo e serão de grande utilidade no treinamento dos novatos. Poupa-se dinheiro e prejuízos de confiar o aprendizado a empresas terceirizadas, esta que nem sempre têm mais que compromisso financeiro com a sua empresa. Acabou o dinheiro, eles podem muito bem passar para o concorrente o que puderam descobrir de vocês. Um bom funcionário veste a camisa da empresa que o trata com dignidade, que lhe paga o quanto pode, ampara quando necessita e incentiva o aperfeiçoamento, tanto social quanto profissional. Não sei se a faculdade de administração lhe disse, mas um funcionário feliz é o melhor vendedor que existe;
- A onda do "politicamente correcto", antes de ser deturpada e fazer com que todos tenham medo de si mesmos, trouxe às massas consumidoras o interesse por quem lhes presta o serviço. É muito fácil fazer imagens sonorizadas sem ser percebido, há até canetas que gravam mais de uma hora de vídeo com boa qualidade, existem sítios internéticos gratuitos para hospedagens dessas gravações. Muito antes que vocês consigam uma liminar para a exclusão do material, este já terá corrido o mundo. Mesmo que o vídeo seja tirado do ar, o autor pode repassá-lo por e-mail para quem quiser. Então entram o Ministério do Trabalho, os sindicatos (por mais pelegos que sejam) aproveitarão para arrancar-lhes o couro e os veículos de comunicação, antes calados pelos anúncios, terão todo o prazer em botar a boca no trombone e exibir o material que porventura tiverem;
- A concorrência está de olho nos seus melhores funcionários. Volks e Ford tomaram os melhores engenheiros de uma concorrente que, por ética, não direi quem é. A grande maneira que eles encontraram foi localizar uma insatisfação e oferecer condições de eliminá-la. Funcionário feliz não troca de empresa, mesmo que o salário oferecido seja maior. Funcionário infeliz se sente previamente traído, então não esita em pular a cerca e juntar trapinhos com outra empresa. No que ele desabafa para o Departamento de Recursos Humanos, descobrem pontos fracos que a sua empresa conseguia ocultar. Por exemplo: Há um impasse financeiro, por algum motivo sua empresa precisa de financiamento e está negociando com os bancos, mas mantém a pose na base da publicidade; O simples relato de alterações no cotidiano fará o concorrente descobrir o problema, então vai investir pesado na ampliação de sua fatia porque sabem que vocês não têm condições de contraatacar. Quando tiverem, será tarde. Tudo por causa de um ex-funcionário magoado.
- E por falar em mágoa... Sabe quem é aquela faxineira? É alguém que conhece os corredores da empresa, sabe onde ficam as câmeras e, dependendo do tempo de casa, das falhas de segurança. Sabe quem é quem, quando entra, quando sai, pode levar para terceiros o lixo que aparentemente não tem utilidade. Se ela estiver insatisfeita e for demitida por isso, então vocês saberão o quanto realmente vale o trabalho que ela fazia. Discrição faz parte das atribuições de um bom funcionário, mas raramente vejo uma emrpesa pagar a contento por ela. Se há uma invasão na sede ou uma abordagem aos caminhões, os primeiros suspeitos serão os seguranças e os motoristas, dificilmente o pessoal da limpeza. Não é para subverter a hierarquia da empresa, é simplesmente para não usá-la como divisória e mecanismo de opressão.
Dizem os religiosos que o pior inimigo de uma religião, está sentado assidualmente nos bancos do templo. O mesmo podemos dizer de uma empresa. Não adianta atacar com fogo pesado a concorrência se a estrutura funcional estiver podre. Não é o banco que vai socorrer sua empresa, quando estiver em dificuldades, é o funcionário fiél, se houver um. Eles podem apromorar, sozinhos e sem qualquer investimento, a qualidade dos productos e serviços, mas também podem jogar na lama a boa fama que seus antecessores levaram anos para construir.
Ele vai falar com familiares e amigos para darem preferência aos productos e serviços da empresa que o trata bem, ou da concorrente que prometeu tratamento e salário dignos.
Seus funcionários são o maior patrimônio que vocês podem ter. Não devem ficar alienados dos rumos da empresa. Melhor do que executivos que nunca saem do ar-condicionado, eles conhecem o contentamento e o descontentamento do consumidor, não por estatísticas fajutas que lhes custam fortunas e raramente dão retorno, mas na vida real.
Respeite seus funcionários. Pague-lhes o que puder ser pago. Trate-os como colegas de trabalho e eles saberão retribuir.
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