Está ficando caro andar de ônibus. Não só porque passou de 2,70 para 3,00, de ontem para hoje. Está caro porque aumentou sem uma melhora sequer. Pior, aumentou com as condições piorando.
Quem conhece um pouco de macânica, pelos ruídos percebe que a manutenção desses ônibus é bem mais precária do que alardeiam as concessionárias. Freios funcionando com metal contra metal, são rotina. Botoeiras que não funcionam e te fazem perder o ponto, mais ainda. Imundice já nem é mais notada, já é sinônimo de transporte público goianiense.
Hoje tive a terceira camisa danificada em um desses paus de arara, que o prefeitinho jura que é transporte de primeiro mundo, mas ele escomungava antes de se sentar naquela cadeira.
A alegação é a de sempre, o aumento estava previsto no contracto, decorrende da licitação que correu na surdina e contemplou os malandros que já espoliavam a população há décadas, cujo partido do prefeito jurava de pés juntos que expulsaria da cidade, algum dia.
Há alguns anos, empresas de fora se candidataram a tomar o lugar delas, quando reclamaram que estavam tendo prejuízos, e que só se mantinham santamente no árduo labor de bem servir à população, porque estavam contractualmente obrigados a fazê-lo até 2006.
Foi as de fora se manifestarem, e até garantirem que os itinerários curtos garantiriam uma boa redução no preço da passagem, que eles se calaram. Ninguém respondeu mais às perguntas da imprensa.
Quando anunciaram o fim da figura do cobrador, ou trocador em algumas regiões, fizeram uma campanha tosca, que sugeria que eles passariam a ser orientadores nos pontos de ônibus. Mal deu um mês eles sumiram. A partir daí os acidents graves se multiplicaram, com o motorista sozinho no ônibus, sem o colega que avisasse sobre o passageiro que não terminara de descer, geralmente um idoso debilitado.
Com freqüência, colocarm motoristas em rotas que ele desconhecem, mandando que se virem, forçando-os a contar com a ajuda dos passageiros mais antigos, que nem sempre estão à disposição. Há um GPS ridículo no veículo, mas que só diz qual é o próximo ponto, nunca como chegar lá. Só serve para facilitar punições.
E por falar em punições, é o motorista que paga o pato, quando há um acidente. E por falar em motorista, eu não caí na encenação do sindicatozinho pelego, que fecilitou a deflagração da greve para convencer a população que pagar caro, é melhor do que andar à pé.
Como de praxe, a rmtc fez vistas grossas à especulação dos vendedores de bilhetes, que se negaram a vender mesmo quando eram vistos com os ditos nas mãos. Como de praxe, os portadores dos cartões viram o dinheiro depositado nele, valer menos, porque nele consta o valor comprado, não o número de viagens compradas.
Fazendo as contas, sem incluir factores imensuráveis como respeito, dignidade, segurança, mas só dinheiro, um Opala guiado com boas técnicas de pilotagem pode sair mais em conta, especialmente se houver caroneiros para ratear os custos. Ainda mais que eu saio de manhã muito cedo, quase sem trânsito. Mas o mesmo prefeito que xingava os concessionários e hoje os adula, é o mesmo que adulava os funcionários públicos e hoje os sufoca com vencimentos irrisórios e péssimas condições de trabalho. Por enquanto, o carro fica no mundo dos planos por executar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário