03/09/2015

O Facebook é do Zuckerberg e ele deixa eu postar o que eu quiser!

Cortesia da Beth!
  Houve época em que eu até ajudava a disseminar apelos, campanhas e cousas mais. Sempre fui selectivo, pensava duas vezes, mas ajudava assim mesmo. Era um direito meu, assim como eu sempre respeitei as tosqueiras que os outros postavam.

  Acontece que cansou. Não, eu não deixei de me importar com as criancinhas famintas do Sifuquistão, nem com a ameaça de extinção da ararinha cor de abóbora de topete verde da tundra ocidental, assim como não deixei de me indignar com a corrupção e tudo mais. Acontece que cansei mesmo!

  Em parte porque eu vejo muita gente compartilhando muita coisa sem muito resultado. A maioria é de causas muito específicas que afetam pouco ou quase nada a população, com isso é muito restrita e quase sempre efêmera. Não questiono os méritos, só quem compartilha algo sabe que intenções tem com isso, às vezes nem a pessoa sabe, diga-se de passagem. O facto é que há uma explosão de causas e protestos que não se via desde a biodiversidade louca do cambriano. A coisa está tão longe do controle, que tem gente compartilhando até hoje o apelo pela cirurgia para extirpar o câncer no cérebro do garotinho que morreu em 2006.

  Nem vou me dar o desgosto de tratar das amizades combalidas por motivos ideopatológicos, dogmáticos, xenológicos, generológicos e analógicos. Muitas vezes até ficar do lado do Capitão América, no Guerra Civil, é motivo.

  As pessoas têm compartilhado até cinco vezes seguidas, eu contei, publicações de sua simpatia sem ler direito, aparentando mal terem lido o enunciado, sem perceber que a íntegra do texto é uma metralhadora giratória que acerta até mesmo a própria mãe. Algumas vezes amigos praticamente me chamaram de canalha, ao defender algo e atacar outros. Sem perceber mesmo, sem (muita) maldade, só discurso prolixo e politizado de qualquer porcaria politipatizada.

  Tudo o que escrevi até agora é só a cabeça da tênia, não vou ocupar seus olhos já sofridos com tudo o que já vi, as tristezas que enumerei já dizem o que se passa sem eu precisar me ater à sordidez.

  Eu estou me lixando para quem me considerar alienado, há um botão de "desfazer amizade" e outro de "bloquear" disponíveis no cabeçalho dos perfis. Podem usar, eu não guardo rancores e, sinceramente, não vou chorar por quem escolher ir embora. Se fosse para guardar mágoas, eu teria motivos de sobra; não consigo guardar nem dinheiro!

  Um dos parâmetros para decidir o que publicar, é "por que publicar isso?" Mas é um parâmetro bem rígido, não há espaço para discursos de quem pensa que é intelectual porque decorou obras de "pensadores". Outro parâmetro é "o que quero que aconteça se eu publicar?" Para não ser mais um compartilhador biônico que repassa cegamente tudo o que os heróis disso ou daquilo mandam. Outro é "quem realmente se importa?" que leva a "as pessoas vão realmente ler isto?" e lendo "alguém realmente sério vai levar a termo?".

  Ocupar minha concessão só para mostrar politização, ideologia, engajamento, hai hai hai mil vai pra fora do Brasil, não me interessa. Me desculpem, mas absolutamente não me interessa. Quando alguém, me confia um problema, se eu aceitar, eu o resolvo e ele nunca mais dá as caras. Mas é resolver mesmo, não trocar um problema por outro, na velha trapaça política de tirar de um grupo para fazer média com o outro. Eu não me rendo a discussões intermináveis de quem PENSA QUE SABE o que está fazendo e dizendo, só porque o outro lado quer e não admite que ele consiga.

  Decidi não fazer coro com os que gritam para o próprio ego ideológico ouvir, e isso me custou amizades caras, já aviso aos que têm essa mesma decisão em mente. Minhas escolhas, meu caminho, minhas pedras.

  Eu tenho publicado cousas bonitas, pelo menos cousas que agradam meu senso estético. Já fui taxado de racista, machista, esculhambolista e nãodesista só porque gosto da estética clássica européia. Por que eu deveria esconder isso? Gosto, publico e publicarei enquanto tiver o espaço para isso. Não vou publicar alguma coisa só para ajudar um artista regional, se ele for ruim. E como tem gente ruim apontando o dedo para os bem sucedidos, culpando-os pelo seu fracasso! Passasse menos tempo reclamando e se dedicasse mais à arte, quem sabe conseguisse algo?

  Não escondo em momento algum minha preferência pelo meio de século passado, tanto que assino e freqüento o Mid Century Fashion, é um pequeno paraíso virtual, a Beth é uma simpatia. Também tenho uma página vintage, muito modesta, mas limpinha e com minhas contribuições, o Klub Retro Revival. Tenho especial apreço por essa época porque ela foi uma explosão de esperança no futuro, houve uma democratização do bom gosto e as pessoas REALMENTE tentaram ser melhores; não terem conseguido é outra conversa, falem com um profissional de saúde mental a respeito.

  Também tenho publicado imagens da alvorada da janela do meu emprego. Infelizmente o tempo está tão seco, que não há nuvens para formar os desenhos e o gradiente do escarlate para o amarelo claro. Os encontros de veículos antigos também têm álbuns, cada um com centenas de imagens de boa qualidade. Ultimamente, os leitores mais antigos sabem de meu viés levemente monárquico, tenho publicado coisas que encontro quase sempre acidentalmente a respeito. Sabia que a princesa de Liechtenstein é negra? Quem se importa? Eu me importo, ou não teria publicado no meu perfil. Se não se importas, o problema é só teu e ninguém tasca.

  O que eu espero conseguir com tudo isso? Nada. Absolutamente nada. Só quero tocar a vida e tentar dar cabo dela antes que ela dê cabo de mim. eu não devo satisfações a terceiros e o que eu faço para mudar a situação do país e do mundo, é restrito ao meu escopo. Eu sei o que e como estou fazendo, gostaria de poder fazer muito mais, ninguém de fora do meu círculo secreto e conspiratório precisa saber. A CIA provavelmente sabe, mas deve achar que eu não represento risco, por isso ainda estou vivo.

  Sinceramente? Eu gosto do que é belo, e meu conceito de beleza está atado à harmonia entre os elementos de um conjunto. Estou espalhando beleza pela rede social, com isso tenho conseguido ajudar muito mais gente do que revoltadinhos acadêmicos repetidores de discursos prontos. Como eu consigo isso é algo que eles não estão abertos para compreender, nem me interessa que compreendam. O Zuckerberg deixou, eu publico. Simples assim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Confesso que já fiquei magoado por causa dos perfis de algumas pessoas, bem como incomodado com algumas mensagens que passam do limite (pelo menos do meu).
Uso o "bloquear" com razoável facilidade e sem culpa. Não quero que termine a "amizade" mas também não quero que as besteiras entrem no meu computador.
Deixe ele achar que vc lê tudo que é postado...

Nanael Soubaim disse...

Os limites ganharam mais plasticidade do que tolera a boa convivência.