01/02/2016

Dois mil e desastrez


Arte do genial Benett
  Tem gente chamando o ano que passou de "dois mil e crise". Não censuro, uma rápida olhada nas retrospectivas confirmaria tudo. Pois este ano eu chamei de "dois mil e desastrez".

  Aos leitores que ainda restam, talvez tenham percebido que Janeiro não teve textos. Bem, o computador pifou de vez. Fiquei quase um mês sem ter a quem recorrer, não há amigos por perto e Goiânia já não tem um transporte público adequado ao uso humano, mas cobra com se fosse de primeira classe. Precisei esperar até poder comprar este laptop em longas e salgadas prestações.

  Não é essa dívida logo no começo do ano o motivo do apelido. Voltei de férias e descobri que quem me substituiu teria feito melhor se não tivesse feito nada. Não vou desmerecer os esforços de alguém que teve pouco mais de uma semana para aprender um serviço que demanda, no mínimo, seis meses de treinamento para ser executado a contento, mas percebi que passarei o resto do ano corrigindo erros e cadastrando peças que o foram mal feito, ou simplesmente a pessoa pesou que cadastrou, mas deu F2 e voltou a tela, em vez de confirmar  gravação do serviço.

  Nem vou falar das tragédias que só fizeram aumentar, neste mês que findou. Desde a crise de refugiados, que eu já tinha dito que daria titica, e o fechamento das fronteiras justo pelos países nórdicos está corroendo até as bases da União Europeia, até a intensificação das hostilidades entre petebas e tucanebas; há quem diga que seja falta de sexo, particularmente acredito que seja falta de uma boa e afiada vara de marmeleiro no lombo.

  Não preciso discorrer sobre tudo, uma rápida lida nas manchetes já diz tudo o que se precisa, se for ler tudo o que se puder a respeito se sai desinformado e esquizofrênico da leitura. Se insistirmos em ler as caixas de comentários, sairemos em uma camisa de força.

  Inflação, recessão e desemprego? Já vi isso várias vezes em vários governos, sei que pode piorar muito! Mas  que realmente agrava é que agora temos uma população muito mais atida ao baixo ventre e muito mais dividida, a ponto de a emigração ter voltado a ser atraente e, desta vez, até incentivada por técnicos e analistas financeiros. É como se dissessem subliminarmente "Quer ajudar  Brasil? Vá embora e ajude de longe". Aos nacionalistas pode soar um absurdo, mas faz sentido, este país nunca esteve tão longe de ser uma nação.

  Aumentos e criação de taxas, tarifas e impostos, apesar de nos ter pego de calças curtas, não eram de todo imprevisíveis. Todas as porqueiras das espheras do Estado nacional pedalaram demais, se lambuzaram tanto na farra com o erário, que não perceberam em tempo o esgotamento dos recursos. O que fizeram? Cortaram cargos? Sim, claro, alguns cargos de comissionados descartáveis foram cortados, mas os apadrinhados foram apenas remanejados, autarquias inúteis foram apenas absorvidas por debaixo do pano por outras, enfim, daí a facada fiscal. e claro que os aliados de cada lado fazem estardalhaço e pedem beatificação em vida dos sacripantas. Acharam que não poderia piorar? Piorou.

  Não pensem que o período sem computador me deu o bálsamo da ignorância, pelo contrário, me deixou no meio do tiroteio de mídias que eu não pude investigar, pela falta deste canal de pesquisas. Agora, pelo menos, eu sei de onde vêm os tiros... O que não significa que posso escapar deles. O pior é que o único jeito de sair dessa, é morrendo.

  Todos os blogs estão muito atrasados e não só eles, tudo o que eu fazia pela internet está passado, em alguns casos já podre. Há cousas que não vou mais poder recuperar, ficarei no prejuízo pelo lapso que nem pude usar para descansar do mundo digital. Tentarei (a)normalizar as postagens, até porque neste fatídico e trágico ano, este blog fará dez anos.