01/04/2012

Vai um capuccino?

http://alimentese.net/cappuccino-pode/

Difícil encontrar um blog dedicado a um só assunto, que não seja afetado, ou cheio de termos e procedimentos inacessíveis aos leigos.

Bem, para quem gosta de café, capuccino, barismo e bichos do gênero, a amiga Sônia de Tiamat deu a dica, é o blog Café e Barista (este aqui) que começou a operar ontem e tem duas publicações, uma sobre a profissão de barista (este) e outra com uma receita fácil de capuccinho (esta) para os apreciadores.

O blog atraiu minha simpatia, primeiro porque a amiga em questão é técnica em nutrição, e tem um paladar extremamente afinado. Segundo porque o papel de fundo é igual ao meu actual, o que dá sinal de que eles se preocuparão primeiro em ter conteúdo, para depois colocarem coisinhas bonitinhas e propagandas. Terceiro, porque descobri que ele já me segue, então há uma afinidade de ideias que pode dar segurança aos meus leitores.

Eu não gosto de café, confesso, há décadas não tomo e não sinto falta, então nã há um pingo de proselitismo ou qualquer cousa que valha neste artigo. Lembro ainda, porém, que a qualidade de um bom café torrado e moído na hora, está milhas a frende de qualquer marca encontrada pronta para vender em supermercados.

Quando eu tomava, eu inventava. Desde adoçar com chocolate ou mel, em vez de açúcar, até fazer fortíssimo e sem doce nenhum, para despertar logo do sono. Um chafé com mate fortíssimo também é uma boa pedida, para quem tem o paladar apurado. Espero que dicas assim façam parte do repertório, porque são úteis aos apreciadores, especialmente em noites frias de trabalho.

Bom ressaltar também, que um café ou capuccino feito com esmero, valoriza qualquer mesa, transformando em um evento único, qualquer lanche ou encontro casual. A arte de tomar café ou chá, que só no Brasil é vista como frescura, ajuda a civilizar e controlar a própria índole, porque aproxima as pessoas, mesmo os inimigos. Um ex-inimigo é um amigo fiél como poucos. Digo porque sei de casos e eu mesmo tenho uns.

Vamos deixar algo para trás? Essa ideia de sair para comer fora. Brasileiro se emperequita todo para ir comer comida caseira em um restaurante. Refeição se faz em casa, com tranqüilidade e substância, ou em um self-service, em horário de expediente. Jantar fora é parte de um programa, o restaurante oferece não só comida (até um pit-dog oferece comida) mas também um ambiente propício à sociabilização dos indivíduos, é por isso que bons restaurantes cobram relativamente caro. Quando o brasileiro começar a pensar no lazer acima da linha da cintura, subirá com ele todo o resto, inclusive a actuação política.

O ritual de ver o cardápio, escolher, esperar e conversar, ou meditar durante a espera, é uma terapia sem igual, capaz de colocar as ideias no lugar sem precisar de tarja preta. Ensina paciência, cousa que faz muita falta em nossa sociedade ocidental. 

Então? Vai com ou sem doce?

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