A criança corre serelepe ao redor da árvore. É uma árvore grande, não cabe sob um pé direito comum. A cerquinha branca é tudo o que impede a invasão. Muito baixa, mas é suficiente para demarcar o limite.
O contraste do verde escuro e envernizado, com os reflexos coloridos e deformados dos enfeites de polímero, não bastassem os pirilampos distribuídos por toda a estrutura, enchem seus olhos pueris. A alegria de estar vendo aquele espetáculo atrai outras crianças, mas àquela, ainda em tenra idade, o valor da novidade se soma ao da beleza que vê.
Os pacotes de presentes, ainda mais coloridos, enchem a base da árvore. Ela corre em volta para ver todos, ainda que a presença de tantas outras crianças, a disputar posições, dificulte. Ela corre, tropeça, cai, levanta e volta a correr. Seu riso se confunde com os tantos outros.
Se afasta e vê a estrela no topo, que passou-lhe desapercebida. Não imaginava haver tanta beleza no mundo. A música repetitiva de fundo não incomoda, embala. Crianças gostam de ser embaladas, não necessariamente de serem empacotadas.
Atenta á mudança da movimentação e olha para trás, um homem estranho de barba e roupa vermelha se aproxima. Não consegue discernir o que as outras falam, todas ao mesmo tempo, mas em tempos diferentes. Vai lá também.
Forma-se uma fila, organizada por assistentes. A primeira fila da vida daquela criança... a primeira de uma série, pobrezinha. Os assistentes lhe perguntam o que quer ganhar do Papai Noel, ela fica tímida, ri e não consegue responder. Vai chegando sua vez e ela fica exitada, vê outras crianças voltando com saquinhos de guloseimas.
Chega sua vez e ela fica encantada. A conversa segue em tom estranho ao que está acostumada, ele fala manso, pausadamente. Fazem pose para uma photographia, que será impressa e incluída no saquinho de doces. Ela promete ser uma boa menina, se comportar, ajudar a mamãe e tudo mais.
Volta com seu saquinho vermelho de bolinhas brancas à admiração. A árvore brilha e cintila de modo harmônico, de acordo com a música de fundo, que finalmente muda. Olha para trás, vendo aquele velhinho bondoso, que continua atendendo as crianças. É um mundo de sonho.
Seus pais chegam e ela mostra o que ganhou. É pega pela mãe e, pelo caminho, vai contando tudo o que viveu naqueles momentos, mostrando insistentemente o saquinho de doces. Mas é hora de irem embora, eles já conseguiram o que queriam. Têm uma cesta natalina para suprir as necessidades da família por alguns dias.
Sem palavras... Beijo!
ResponderExcluirBom dia querido Amigo Nanael,
ResponderExcluirRealmente excelente teu texto.
Aos infantes (não importa seu nível sócio-econômico), o Natal mostra sempre seu verdadeiro significado.
E de de maneira muito clara: Alegria, Esperança, Encantamento...
Tudo isto é obra Divina.
E a simples reação da criança diante de tanta beleza, fabricada pelo Homem, não deixa de ser, a maninfestação Divina em seu coraçãozinho.
Já o efeito que tudo isto causa aos pais é outro, porém não menos abençoado.
Endurecidos pelas dificuldades da vida, o contraste entre sua realidade frente ao luxo de um shopping, já não lhes causa espanto.
Mas eles continuam a lutar por sua família.
A Fé manisfesta-se neles também.
Pois eles buscam pela união e sustento de sua família.
Este é espirito do Natal, a União.
A Luz Divina, chega até cada um, de formas diferentes.
Mas ela está lá !! Em seus corações.
Amigo querido desejo a ti, um Ano Novo repleto de Bençãos e Realizações !!
Com todo o Carinho e Aromas de Flores do Campo...
Lilly Rose e seus Elfos :)
Soham.
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