Bom atendimento.
Neste domingo em que está nublando e fazendo sol, como se fosse pique-esconde, fomos às compras do mês. Temos ido sempre ao mesmo super mercado, que não é o mais barato, por uma razão simples: ATENDIMENTO.
A maioria dos estabelecimentos comerciais está cortando custos, na esperança de seduzir o cliente de qualquer jeito, acreditando piamente que cortando uns centavos (às vezes uns poucos reais em um ítem caro) e pondo um artista da moda na propaganda, vai compensar um atendimento apático, não raro antipático, e o mau-humor dos funcionários. Meus caros, acreditem, NÃO COMPENSA. Há muitas lojas que tratam o cidadão como se estivessem fazendo um favor em atendê-lo, como que dizendo "Pobre não merece mordomia". Esses estabelecimentos vêem o consumidor simplesmente como uma nota ambulante de cem reais. Mas tão triste quanto maltratar o cliente é o cliente aceitar ser maltratado. Há gente que aceita, ou as referidas empresas já teriam fechado as portas há tempos, e já teriam ido tarde.
O estabelecimento que freqüentamos fica no Setor Coimbra, e o resto não direi porque seria divulgação comercial, e não é a proposta desta página internáutica, mas o goianiense sabe de quem estou falando e saberá enxergar minhas razões; Quando chegamos e olhamos para um funcionário, ele devolve o olhar com um sorriso e até com um cumprimento; Noutros lugares o funcionário resmunga e vira a cara. Quando pedimos uma informação, logo aparece alguém para oferecê-la, por vezes chamando até o gerente para desvanescer a dúvida; Noutros lugares já vi gente fingindo que não trabalha lá, mesmo estando com o uniforme da firma; Quando não gostamos do comportamento de um funcionário, a gerência é acionada e tudo se resolve rapidamente, sem prejuízo nem mesmo para o funcionário, que entende o recado; Noutros lugares já soube de o gerente rir na cara do consumidor. Quando nos tornamos assíduos, há funcionários que nos cumprimentam pelo primeiro nome e puxam conversa; Noutros lugares simplesmente resmungam e voltam a reclamar do emprego, certos de que dificilmente serão efetivados.
Decerto que o bom estabelecimento não é o único no mundo, mas é um dos raros que jamais deixou o trato com o freguês se deteriorar em nome de "políticas modernas e enxutas de administração" ou qualquer modismo corporativo que valha. No começo era uma mercearia, quando o Coimbra ainda era um grande vazio com poucas casinhas à margem de ruas poeirentas, e Campinas ainda não se dera conta de ter sido engolida pela cidade que ajudou a nascer. Hoje é um estabelecimento de grande porte, com uma estrutura moderna, carrinhos eléctricos para pessoas com dificuldades de locomoção e um público fiel, que não se importa em pagar a pequena diferença para ser bem tratado, porque essa pequena diferença é usada na contractação de gente capaz de fazer essa diferença. A parte social está inclusa no preço. A importância desse detalhe é imensa, pois o pouco que gastamos a mais no caixa, será revertido em menos insegurança no cotidiano, porque se alguém da família está trabalhando, as chances de um parente ser tentado a sair da linha são menores. É uma bola de neve.
Façamos uma força, minha gente, enfrentemos o escorpião que habita o bolso de cada um e paguemos pela qualidade humana. É mais barata do que a etiqueta de poliéster ordinário que muitos lugares usam como único argumento de venda, mas traz benefícios muito maiores, não só para quem compra, mas também para quem nunca pôs os pés naquela vendinha. Ser tratado como gente é uma experiência que muitos ainda não tiveram, seja qual for o motivo, mas depois que se experimenta não se aceita menos.
Um comentário:
Texto ótimo Nanael!
eu concordo com vc, acho que deveria have ruma preocupação maior na hora de escolher um funcionário, e que os clientes devem exigir sempre o bom atendimento.
Ninguém quer falsidade com sorrisinho né, mas ao menos respeito e boa vontade.
eu por exemplo, não sei muito reclamar com o gerente de um funcionario de supermercado, ou reclamar de qualquer funcionario de comercio.
é simples, fui mal atendido-não volto la nunca mais.
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